Marília

Protesto cobra pagamentos atrasados em jornal de Marília

Protesto cobra pagamentos atrasados em jornal de Marília

Uma assembleia na praça Saturnino de Brito, no centro de Marília, denunciou meses de atrasos de pagamento de salários e encargos de trabalhadores do jornal Diário, que por muito anos foi o maior em circulação na cidade.

Os jornalistas não receberam salário de dezembro e nem, a primeira parcela do 13º, que deveria ter sido paga dia 30 de novembro. Após a assembleia a empresa anunciou que iria pagar o 13º.

A crise vai muito além da redação. Algumas categorias, como departamento comercial, enfrentam longos atrasos. A empresa pagou dívidas de agosto. Agentes publicitários esperam pagamentos de setembro, outubro e novembro.

O sindicato dos jornalistas estendeu uma faixa na praça com a frase “Basta de Atrasos Diário de Marília”. A diretoria regional da entidade, com sede em Bauru, tem feito negociações com os representantes do jornal há meses.

Há alguns dias a redação do jornal chegou a discutir uma greve, que acabou adiada por ajustes de pagamentos e promessas de repasses e parcelamento de dívidas com encargos como INSS e FGTS. Os jornalistas seguem em “estado de greve” mas decidiram na assembleia não paralisar atividades.

A crise foi agravada em julho com a Operação Miragem, da Polícia Federal, que lacrou as rádios Diário FM e Dirceu AM, integrantes da Central. Até o início do mês alguns funcionários ainda estavam registrados, sem trabalho, e com salários e encargos atrasados.


Os atrasos nestes pagamentos já ocorrem há mais de dez anos, antes de o jornal ser vendido em dezembro de 2011. Mas a crise se agravou após a operação. Registrado em nome de Sandra Norbiato, de Ribeirão Preto, o jornal não tem proprietário presente e vem sendo gerido por funcionários com procuração.

Sandra, que chegou a ser detida na Operação Miragem, é acusada de ser laranja e ter seu nome usado para esconder verdadeiro dono do jornal. Adversários acusam o deputado estadual Abelardo Camarinha de ser o proprietário.

Os vínculos políticos e uma linha editorial identificada com a administração e o grupo de Camarinha agravam a crise e afastaram assinantes e anunciantes do jornal. A situação foi agravada pela retração de economia e crescimento de mídias alternativas como os jornais pela internet.