Diferentes atos públicos unidos no centro da cidade mobilizaram estudantes, professores, sindicalistas e diferentes gerações em protesto contra cortes do governo federal em universidades públicas e projetos de pesquisa.
Os manifestantes promoveram passeatas, fecharam ruas do centro da cidade e esbanjaram criatividade em palavras de ordem contra o governo e contra os cortes.
Aproximadamente 300 estudantes e professores da Unesp participaram de um encontro na universidade a partir de 14h com saída para uma passeata do campus universitário ao centro.
Manifestantes participam de ato no centro de Marília nesta quarta-feira
Por volta das 16h os manifestantes encontraram grupo de cem alunos da Famema que desde a manhã participaram de atividades na faculdade com roda de conversa e produção de cartazes. A passeata da Famema seguiu pela avenida Tiradentes até a Gonçalves Dias e o ponto de encontro na 9 de Julho.
Representantes de escolas estaduais, diretores e professores, além de representantes da rede municipal, engrossaram a manifestação. O grupo permaneceu na avenida Tancredo Neves até por volta de 17h e saiu em passeata por outras ruas do centro.
A estudante de medicina Maryelle Perez da Silva Santos disse que o protesto é importante por vários fatores, especialmente por reproduzir na ciência um movimento nacional.
“Importante os estudantes se mobilizarem por uma consciência de que a educação é um direito que precisa manter e ainda tem vários direitos a conquistar.”
Maryelle destacou que a Famema tem muitos investimentos represados e problemas tanto na estrutura da instituição quanto no atendimento a estudantes, como falta de moradia estudantil, de restaurante universitário, bolsas com valores muitos baixos e sem condições de financiar estudantes de baixa renda.
O diretório acadêmico da Faculdade de Medicina mantém reuniões semanais, sempre às segundas, e pretende manter o tema em discussão destes e outros temas.
O desafio do grupo, segundo manifestantes, agora é manter a mobilização e outras atividades nos próximos dias.
A união de diferentes sindicatos, ONGs e entidades da educação já marcou para o dia 14 de junho uma greve geral contra os cortes na educação e contra a reforma da previdência.
– Henrique Novaes, professor da Unesp e representante do sindicato dos docentes, disse que o protesto mostra que os diferentes segmentos da educação ‘acordaram’ e saíram da poltrona.
– A Unesp promove nesta quinta-feira um encontro para avaliar os 120 dias do governo Bolsonaro, a partir de 19h20, no campus da universidade
– Marcos Del Royo, docente da Unesp, disse que espera que a manifestação mantenha mobilização em defesa da educação mas também da Previdência Social. “No caminho da reforma, abolição de leis do trabalho, corte de verbas da educação e ciência, o país está impedido de se desenvolver.”
– A estudante de enfermagem Isabela Barbosa Borges, disse que o Diretório Acadêmico do Curso faz reuniões semanais para entender e discutir o cenário nacional, sempre às terças-feiras, às 19h.
– A professora Camila Mugnai Vieira, que esteve no movimento com o Coletivo de Mulheres de Marília, disse que o protesto é importante em função do momento político que o país vive.
Esse corte de verbas que eles chamam de contingenciamento vai prejudicar andamento das universidades, da ciência. E a justificativa de que os cortes vão para ensino básico é uma mentira, porque os cortes foram feitos em outras áreas.” Para ela, a manifestação dá visibilidade mas é pontual e os grupos precisam continuar em reuniões e fortalecimento das atividades.
O protesto teve ações em todos os estados do país e grandes concentrações especialmente na Bahia, Minas e São Paulo. O presidente Jair Bolsonaro reagiu com críticas e chamou os manifestantes de ‘idiotas úteis’.
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