Marília

Protesto une oposição contra privatização; votação na terça-feira

Protesto une oposição contra privatização; votação na terça-feira

A proposta de privatização dos serviços de captação e distribuição de água e destinação de esgoto em Marília produziu seu primeiro efeito colateral: uniu a oposição para combater a proposta e pedir pressão popular contra o projeto, que será votado nesta terça-feira (13) na Câmara da cidade.

Um protesto com aproximadamente 50 pessoas colocou nas ruas neste sábado dirigentes de pelo menos quatro partidos, dois potenciais candidatos a prefeito, dois vereadores, movimentos sociais, a ONG Matra, uma paróquia, o sindicato dos servidores e ativistas independentes. Os manifestantes distribuíram dois panfletos em que apontam riscos de tarifaço e fazem críticas ao prefeito por promessas não cumpridas e reajustes de IPTU e tarifas de ônibus.

Candidatos derrotados a prefeito em 2012, Daniel Alonso (PSDB) e Antonio Augusto Ambrosio, o Tato (PMDB), estiveram na manifestação e posaram juntos para fotos. Os vereadores Cícero do Ceasa (PT) e Wilson Damasceno (PSDB), dois dos três opositores ao prefeito Vinícius Camarinha na Câmara, também participaram.

A Marcha da Cidadania e o movimento Fé e Política, com participação do padre Edson, organizaram a panfletagem e contato com os moradores, além de empresários e profissionais liberais ligados à ONG Marília Transparente.

Um carro de som foi usado para mensagens aos moradores. O vereador Damasceno abriu os discursos com críticas à forma de apresentação do projeto, com pouco tempo de debates, e pediu que os moradores mostrem interessem pelo projeto. “Depois que a tarifa custar o dobro, o triplo, depois que vender, depois que doer no bolso não adianta chorar”, disse o vereador.

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Para Cícero do Ceasa, mais importante que colocar as pessoas no protesto é ter muita pressão sobre os vereadores e evitar a aprovação da medida. O bloco governista deve ter facilidade para aprovar a concessão, com dez dos 13 votos do Legislativo.

Tato disse em sua participação que o protesto não é político-eleitoral, mas uma união em defesa do Daem e de mobilização dos moradores. lembrou a epidemia de dengue e os aumentos das tarifas de transporte para pedir maior envolvimento e fiscalização.

Adelson Monteiro, ativista de movimentos sociais, ex-dirigente do PT e sindicato dos eletricitários, disse que 90% dos problemas no país são consequência da omissão da comunidade. “Enfrentamos uma ditadura e depois dela conseguimos a democracia, mas as pessoas ainda não aprenderam a viver com ela, porque para dar certo a democracia precisa que as pessoas participem da vida pública”, disse o ativista.

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O PROJETO

A sessão da Câmara que vai votar o projeto de concessão dos serviços começa às 17h com espaço limitado para o público nas galerias. A exemplo das últimas sessões, os governistas devem encher o espaço de defensores e cabos eleitorais para esvaziar protestos. A expectativa geral é que a medida seja aprovada sem problemas para a administração.

O projeto prevê a concessão dos serviços de captação e distribuição de água, coleta e destinação de esgoto. Vai repassar para a empresa concessionária uso dos prédios e equipamentos do Daem, além da arrecadação com as tarifas.

A empresa deverá promover investimento na ampliação da oferta d e água, concluir a obra de implantação dos sistemas de tratamento de esgoto e modernizar os serviços. Terá 35 anos para fazer tudo isso. O Daem não será extinto nem vendido, mas transformado em uma agência reguladora dos serviços. Os servidores serão transferidos para a prefeitura ou podem permanecer vinculados ao Daem.