Marília

Provocações e promessas – Candidatos abusam e discurso eleitoral atropela metas do Codem

Provocações e promessas – Candidatos abusam e discurso eleitoral atropela metas do Codem

A participação dos candidatos a prefeito no encontro promovido pelo Codem (Conselho de Desenvolvimento Estratégico de Marília) para apresentação de metas para Marília atropelou a análise das propostas e descambou para jogo eleitoral que envolveu provocações, ataques e promessas.

Todos os candidatos – ou representantes – receberam cópia das propostas e tiveram três minutos para apresentar suas considerações.

Faltaram análises sobre a forma de elaboração, a viabilidade, discussão na campanha ou com a comunidade ou mesmo modo em que as metas serão estudadas ou incluídas nos projetos.

A gritante maioria das manifestações foi dividida em ataque contra a administração municipal e elogio integral a todas as metas. Veja alguns destaques das manifestações. A íntegra das manifestações pode ser acompanhada no vídeo do evento

Adão Brito, candidato do PDT, foi o primeiro a falar por classificação de ordem alfabética. Disparou críticas à saúde na cidade, educação e tratamento de água.  Disse que vai lutar que seja montada uma cooperativa de catadores de recicláveis, criticou a destinação do lixo. Não comentou as metas e nem agregou propostas.

Antonio Augusto Ambrósio, o Tato, vice-prefeito rachado com a administração, elogiou as metas e afirmou que o problema é cumprir e que um dos seus embates com a prefeitura foi o abandono do plano diretor.

Criticou a autorização para empreendimentos que comprometeram a mobilidade e as promessas de poço ou barragem para abastecimento de água. Disse que o eleito precisa “ter a coragem de barrar quem manda nesta cidade, que são construtoras que estão ficando milionárias e nós não temos mobilidade.”

Daniel Alonso, o terceiro a receber o plano, fugiu das provocações, elogiou o plano e disse que as propostas serão integradas a seu plano de governo. “Realmente este plano é um presente que a sociedade, a cidade, as lideranças dão.” Disse que vai registrar o plano como seu projeto de governo.

Eliton Sanches, o Capitão Eliton (PSL), disse estar feliz pelo trabalho em grupo que o Codem apresenta e afirmou que o eleito, “quem quer que seja”, tem um “trabalho maravilhoso a ser colocado em prática”.

Paulo Alves, candidato a vice de Camarinha, falou em nome do candidato que não esteve no evento, afirmou que o Codem cria um plano para dez anos e retomou a linha das críticas políticas.

“Está no nosso plano o fortalecimento para o Parque Tecnológico, como novo Distrito Industrial. Marília não tem geração de emprego. Meio ambiente, está no nosso plano, vamos implementar. Mobilidade, importantíssimo, um pouco preocupado com infraestrutura. Os interesses das imobiliárias e das construtoras, mas é importante a discussão. Marília não tem turismo, a gente tem que dar prioridade, prefeito tem que dar prioridade. Prioridade para emprego e renda, não tem que investir na TV Tem milhões em propaganda

Juvenal Aguiar, candidato do PT, professor aposentado, nacionalizou a discussão da eleição e disse que “quanto mais neoliberalismo tivermos aqui, pior vai ser nossa cidade”. Disse que é preciso defender direitos do trabalhador e que o lema da cidade, Amor e Liberdade, precisa ser levado para todos os moradores.

Afirmou que tem um plano de governo feito com a participação de 400 pessoas e disse que “esse plano (metas do Codem) parece que um copiou do outro, que quase todos os temas foram discutidos”.

Marcos Juliano, o Juliano das Campestre, afirmou que os candidatos entram na campanha com embasamento e “informações produzidas por autoridades no assunto”. “Vamos andar com isso embaixo do braço.” Disse que teve no encontro “uma aula aqui, conheci muito mais do que eu preciso para conduzir esse processo agora”.

Marcos Kohlmann, candidato do PSL, defendeu a atuação do Codem e citou a Bíblia para defender a união. “Acho que isso falta para todos nós. Isso fez com que eu aceitasse esse projeto. Nos propusemos a isso”.

Disse que o programa de metas do Codem é um “projeto que já faz parte do nosso plano de governo, e que já existiam todos estes objetivos expostos maravilhosamente bem. Amor, gratidão e comprometimento, é isso que eu quero.”
 
Nayara Mazini, do PSOL,  lembrou que participou da elaboração do projeto do Codem, que acompanha muito tempo antes de ser definida como candidata. Afirmou que seu plano de governo é desenvolvido com reuniões e discussões e criticou a proposta de “copiar e colar” as metas do Codem.

“Plano de governo é compromisso do gestor. O plano do Codem são diretrizes, precisa compor o plano de candidato, e não ser desconsiderado porque tem gestor que sequer lê plano de governo que protocola no TSE.”