Marília

Reeleição divide opinião entre sindicatos e empresários na cidade

Reeleição divide opinião entre sindicatos e empresários na cidade

A reeleição da presidente Dilma Roussef com pouco mais de 51% dos votos neste domingo divide a opinião de sindicatos na cidade e não é unanimidade nem mesmo entre sindicatos de trabalhadores. Comerciantes, servidores municipais e comerciários avaliaram a reeleição a pedido do Giro Marília e a maior preocupação em todos os comentários é a política econômica.

O mais empolgado com a reeleição, o sindicalista Mário herrera (Comerciários), diz que é preico manter a política de emprego, salários e integração. “em cem anos nada foi feito.” Para os outros sindicalistas e empresários, a preocupaçlão é volta da inflação, falta de sincronia com quase metade do país e os recentes casos de denúncias de corrupção.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Marília, Pedro Pavão, há riscos de que a inflação saia de controle e trabalhadores e empresários enfrentem problemas com a economia. “Estou muito preocupado porque a economia do País, lamentavelmente, está em uma situação perigosa. Estou assustado e faço um alerta aos empresários, pois com a manutenção da política atual, o Brasil corre riscos de perder credibilidade, principalmente com o caso Petrobras”, disse ele.

Segundo Pavão, as denúncias de corrupção envolvendo o nome Petrobras, um empresa símbolo do Brasil em todo o mundo, prejudicam muito a imagem brasileira no mercado internacional.


Pavão, Sindiocato do Comércio Varejista

Ele afirmou ainda ser necessário um cuidado especial com o crédito, pois isso pode quebrar o consumidor e a empresa. “O custo Brasil pode fugir da realidade e com isso há sério risco da volta da inflação, pois estamos em um perigo iminente de perder o controle da inflação e com isso os assalariados perderem o poder de compra. Caso não seja feito algo para combater isso, a situação tende a ficar caótica em 2015”, finalizou Pedro Pavão.

O superintendente da Acim (Associação Comercial e Industrial de Marília), José Augusto Gomes, disse esperar que a presidente reeleita Dilma Rousseff observe a fragilidade atual da economia e busque medidas para evitar piores momentos na economia, como um aumento no desemprego.


José Augusto Gomes, da Acim

“O mercado já dá sinais de apreensão com o resultado das urnas. Nossa economia está fragilizada e o fundamental para o comércio é que as pessoas mantenham seu poder de compra, pois com isso todos crescem, o consumidor compra, o lojista vende e a indústria produz. É um ciclo vicioso, mas que pode ser inverso também. E isso que esperamos que o governo busque evitar”, disse Gomes.

Ele lembrou que para evitar esse cenário, o governo deve adotar medidas sérias rumo ao crescimento, pois um dos piores cenários seria o desemprego. “Sem renda, o trabalhar não compra, e comércio e indústria se retraem. É necessário rever também a questão tributária”, analisou.

Disse que 2015 deve ser um ano de muito trabalho para os comerciantes. “Vamos ter de trabalhar o dobro para faturar o mesmo que este ano”, sintetizou.


Mário Herrera, Comerciários

O presidente do Sindicato dos Comerciários, Mário Herrera, comemorou a vitória nas redes sociais e entrevistas. “Ela é o caminho para a continuidade de políticas para ajudar os mais obras. Em mais de cem anos não se faz nada, estão fazendo em 12 anos um projeto de integração social que nunca hou8ve”, disse o sindicalista.

Mário Herrera reconhece que o governo enfrenta desgaste com casos de corrupção e denúncias de escândalos. “Tem coisa que ela tem que cobrar com mais firmeza? Tem, mas qual é o partido que não tem?” Dilma tem relação especial com a categoria: sancionou a lei que reconhece os comerciários e deu novo estágio para a profissão.

“Após 500 anos sem reconhecimento ela sancionou a lei. E não só para nossa categoria. Vem produzindo políticas de salários, crescimento e integração”. O sindicalista prevê anos sidíceis, até por problemas de relação com as forças derrotadas na eleição deste ano. “Há forças contrários fazendo de tudo para desestabilizar e isso já se viu hoje na bolsa, no mercado do dólar. Então 2015 vai ser um ano trabalhoso e para atravessar vai ser preciso integrar o governo, as forças produtivas, os empresários, os trabalhadores. A palavra é integração.”


Mauro Cirino, sindicato dos Servidores

O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Mauro Cirino, disse que o resultado mostra uma divisão do país e que a presidente precisa sentar com todos os segmentos da sociedade e buscar a união. Para ele, Dilma Rousseff “tem pacado muito, especialmente na pauta trabalhista” e em 2015 estará obrigada a conversar mais com a coletividade.

“Não tem dado atenção necessária a pauta trabalhista. No caso dos servidores, não regulamentou a convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho e não estabelece as regras para a convenção coletiva. Os servidores em todos os níveis, municipal estadual, federal, não conseguem sentar para negociar suas reivindicações, data base”, disse o sindicalista.

Para Mauro Cirino, a votação apertada abriu a necessidade de ampliar a negociação, mas acredita que o início de mandato será de anos difíceis. “Temos aí situação com volta da inflação, escândalos e a o governo vai precisar conversar com todos os setores, mas especialmente com as centrais sindicais, os sindicatos. Não pode continuar como está.”