Marília

Região apura casos de jogo da Baleia Azul, que incentiva morte de jovens

Região apura casos de jogo da Baleia Azul, que incentiva morte de jovens

O jogo Baleia Azul, criado na Rússia para envolver adolescentes em série de desafios que terminam em suicídio, chegou à região. Um jovem de 13 anos atendido em Jaú, estaria participando do game criado na internet, segundo depoimento de sua irmã. Em Bauru, um adolescente de 16 anos divulgou imagens de automutilação e sua intenção de morrer.

O adolescente de Jaú foi atendido no Pronto Socorro Infantil da Santa Casa com diferentes ferimentos nos braços, resultado de automutilação, uma das etapas do jogo.

O jovem sequer provocou lesões físicas mais sérias. Foi liberado sem internação e deve receber acompanhamento psicológico. O caso em Bauru, no bairro Mary Dota, também envolve um adolescente com poucos ferimentos. A diferença é que ele afirma estar participande do jogo e estaria na 13ª de 50 fases exigidas, em que a última é o suicídio.

O rapaz usou uma lâmina de apontador para cortar várias partes de seu rosto, logo após ter ameaçado o próprio pai com uma faca. Ele também tem marcas de cortes nos braços.

Os casos não são únicos no país e agravam o alerta para a prática ou o uso do jogo para exteriorizar situação de depressão e problemas psicológicos de adolescentes com ideias suicidas ou violentas.

O jogo circula em grupos fechados na internet, o que dificulta rastreamento dos envolvidos. As campanhas para prevenção dos acidentes e mortes envolvem atenção dos pais ao comportamento dos filhos.

Um grupo de alunos de João Pessoa, na Paraíba, foi denunciado após realizar “tarefas” de automutilação. A Polícia do Mato Grosso investiga a morte de uma jovem de 16 anos em uma represa em caso que teria sido incentivado pelo game.  Em Pará de Minas, um jovem de 19 anos foi encontrado morto por sua esposa e o caso foi atribuído ao game.

O jogo foi descoberto em 2015, na Rússia, a partir das mortes de duas adolescentes com 15 e 14 anos. Envolve 50 missões com desafios que se tornam cada vez mais radicais. Um deles é a automutilação para formar um desenho de uma baleia nos braços.

Convidar amigos, promover o jogo e incentivar missões como suicídio pode configurar crime. Induzir crianças e adolescentes a se automutilar já pode configurar lesão corporal.

No caso, o investigado é o “curador”, nome que o jogo dá ao recrutador que convida jovens para participar e que distribui e estimula as diferentes missões.