A variante P2 do coronavírus, também chamada de variante do Rio de Janeiro, foi responsável por 60% dos casos de Covid na região de Marília nos meses de janeiro e fevereiro. A cidade registrou ainda 3% de casos pela cepa de Manaus, apontada como mais agressiva, e soma nove tipos de vírus em circulação.
Os dados estão em um levantamento do Instituto Adolfo Lutz, do governo do Estado, responsável pela análise de testes de Covid para a rede pública de saúde.
A confirmação de Variantes de Atenção é feita por sequenciamento genético com alta qualidade, aliado ao trabalho de vigilância epidemiológica para investigação dos casos; como aspectos clínicos, históricos de viagens e rastreamento de contatos.
O relatório foi divulgado no dia 21 de março e avalia casos de nove regionais de Saúde. A de Marília aponta maior número de casos pela P2, seguida pela regional de Campinas, com 57% e Rio Preto com, 52%.
Apesar de registrar casos pela variante de Manaus, apontada como potencialmente transmissível e mais leta, a região tem pouco destes casos comparada a outras áreas do Estado.
A cepa de Manaus aparece em 39% dos casos de Bauru e 15% em Presidente Prudente. Vai a 36% na Grande São Paulo. Segundo o relatório, o estudo contribui para as estratégias de vigilância para a tomada de medidas pelo poder público.
Foram realizados estudos com 823 sequencias realizadas tanto pelo IAL, como por outras instituições, desde que com qualidade aceitável, de acordo com a Resolução SS-28/2021.
Embora a identificação das linhagens auxilie nas estratégias, a Saúde de Marília avalia que a circulação das variantes acompanha uma condição natural do vírus e acontece com outras doenças, como a gripe. A preocupação da área é garantir a vacinação.
As duas vacinas em uso no país – Coronavac, do laboratório chinês Sinovac e do Instituto Butantan, e a Oxford Astrazenica, mostram eficiência contra as variantes em circulação. Produzir de forma mais rápida a imunização de rebanho com mais doses é apontada pela Saúde como a solução.
O médico sanitarista e ex-secretário municipal da Saúde, Marcio Travaglini, concorda que a cobertura vacinal é a prioridade, mas diz que a circulação das formas mais agressivas do vírus exigem medidas de distanciamento para conter a circulação até que as doses cheguem
Estamos com baixa cobertura vacinal e todos os leitos ocupados e poucas medidas restritivas sendo cumpridas. Isto está levando a ocorrência de mortes sem a devida assistência médico-hospitalar. Será preciso tomar medidas que possam diminuir a transmissão e cujos efeitos levam vários dias conforme o alcance destas medidas”, disse o médico ao Giro Marília.