Marília

Revitalização urbana: vida nova à cidade

Revitalização urbana: vida nova à cidade

No contexto da Arquitetura e Urbanismo e do planejamento urbano, revitalização, reabilitação ou, mais recentemente, requalificação, são termos aproximadamente equivalentes que se referem a processos de reconversão de espaços urbanos abandonados, subutilizados ou degradados mediante a recuperação de antigos, ou a criação de novos usos e atributos urbanísticos ou naturais.

Muitas cidades possuem espaços vazios ou subutilizados, cuja ocupação ou recuperação podem devolver a vitalidade a setores ora esquecidos. Comumente designados “vazios urbanos”, essas glebas ocorrem em áreas urbanas, via de regra já consolidadas, portanto, interrompem a ocupação contínua do território urbano. Alguns autores colocam que essas cidades, com tecido urbano ora ocupado, ora vazio, se assemelham a uma colcha de retalhos.

Nas cidades brasileiras, tomando-se como referência as que se situam no interior do Estado de São Paulo, vazios como esses se encontram ao longo de antigos ramais de linha férrea, tendo em vista a recorrente desativação dessa modalidade de transporte. Configuram-se, portanto, eixos lineares de longas extensões, verdadeiras barreiras urbanísticas a serem vencidas por pedestres e veículos, sobretudo por estarem situados, também, em áreas centrais das cidades.

Historicamente, diversas intervenções têm ocorrido nas áreas centrais das cidades com intuito da melhoria estética ou em busca de renovação urbana. Segundo Vaz e Silveira (1999), algumas características básicas devem estar presentes nas intervenções de revitalização de centros urbanos:

a) Humanização dos espaços coletivos produzidos;
b) Valorização dos marcos simbólicos e históricos existentes;
c) Incremento dos usos de lazer;
d) Incentivo à instalação de habitações de interesse social;
e) Preocupação com aspectos ecológicos e
f) Participação da comunidade na concepção e implantação.

Avançando-se na direção de processos de revitalização que incorporem ambas temáticas (áreas centrais e vazios urbanos lineares), é possível objetivar a promoção da plena utilização desses espaços, seu entorno e da infraestrutura e equipamentos urbanos já existentes, permitindo-se nova eficiência e novo sentido de uso.

Tais processos podem incorporar intervenções como: transporte por VLT (veículo leve sobre trilhos), ciclo faixas, terminais intermodais que conectem o transporte ferroviário aos de ônibus urbanos e outros meios, além de parques lineares e praças que promulguem a integração e convívio social.

Alguns mecanismos de sustentabilidade urbana associam-se positivamente a intervenções dessa natureza, tais como:

–  Arborização com espécies nativas de ornamentação e frutíferas;

– piso drenante, que absorve 90% da água da chuva, gerando  economia de água que pode ser usada para realizar a manutenção do local, além de evitar a formação de enxurradas e alagamentos e, consequentemente, deposição de lixo em bueiros e mananciais;

– Madeira de reflorestamento ou de reuso no mobiliário urbano;

– Lâmpadas de led, que consomem menos energia elétrica e têm maior vida útil;

– Painéis fotovoltaicos que captam a energia solar, convertendo-o em energia elétrica para alimentar a iluminação pública e sistema elétrico de terminais;

– Desenho Universal em todos os espaços, contendo piso tátil, sinalização em Braille, entre outros recursos.

Neste sentido, apontam-se diretrizes que propiciem novos núcleos de convivência, com projetos  sustentáveis, visando baixo consumo de energia, utilização de materiais reciclados, legalizados e certificados, reuso de água, aquecimento solar e manutenção da permeabilidade do solo.

Regina Maria Vilela Nunes Lopes- Graduanda em Arquitetura e UrbanismoUNIMAR ([email protected])
Profa. Dra. Danila Martins de Alencar Battaus ([email protected])
Profa. Ms  Walnyce de Oliveira Scalise ([email protected])