A Rumo, concessionária responsável pela Malha Paulista de ferrovias incluindo o trecho de Marília, divulgou nesta quinta-feira que aguarda a designação de audiências judiciais para discutir a ocupação ao lado e até sobre os trilhos com avanço do camelódromo no centro da cidade.
A informação está em comunicado em resposta ao Giro sobre as medidas de acompanhamento da conservação da linha para investimentos e retomada do uso do ramal Panorama-Bauru, que corta a cidade.
“A Companhia informa que ajuizou as ações judiciais em razão de sua obrigação legal e contratual de preservação da faixa de domínio da ferrovia. No momento, o processo tramita na justiça e a empresa aguarda a designação de uma audiência entre as partes envolvidas”, diz a nota.
A ocupação incluiu montagens mais simples de estruturas ao lado dos trilhos e obras mais complexas com fundação de estruturas de concreto e instalação sobre os trilhos junto à antiga área de embarque de passageiros.
A Rumo diz que está realizando estudos na região para a elaboração do projeto executivo de investimentos, obras e adequações para retomada do ramal. O cronograma e os custos das obras no município ainda serão definidos.
A reativação do ramal Bauru-Panorama integra as contrapartidas previstas na renovação da concessão, que foi antecipada e ampliada para a Malha Paulista.
O trabalho envolve ainda levantamento de ocupações de residências ao lado dos trilhos, especialmente na região do distrito de Padre Nóbrega.
O levantamento de ocupações faz parte das medidas de preservação da faixa de domínio da ferrovia e serão trabalhadas no processo de reativação previsto no caderno de obrigações.
“Ao longo desse processo, a empresa realiza o acompanhamento das ações ligadas às comunidades, em constante diálogo com os órgãos responsáveis”, diz a Rumo.
A ocupação no camelódromo ou no distrito não são as únicas intervenções e discussões judiciais. A Rumo é alvo de uma ação com liminar que proíba a cobrança de taxas pelo uso da faixa de domínio na cidade.
A ferrovia tem ainda pontos da cidade em que os trilhos foram cobertos por asfalto e até um trecho que foi ocupada por uma área de estacionamento de loja na zona norte.
A última passagem de trem por Marília aconteceu em 2009 com vagões de carga de açúcar em uma viagem de Tupã a Santos, quando a ferrovia era administrada pela ALL. A última viagem com passageiros aconteceu em março de 2001, feita pela extinta Ferroban.