A empresária Sandra Mara Norbiato, de Ribeirão Preto, assinou acordo de delação premiada, já homologado pela Justiça Federal, em que confessa sua atuação como laranja no registro de propriedade do Jornal Diário de Marília, lacrado pela Polícia Federal no dia 24 de janeiro.
Na delação, Sandra Mara incrimina o deputado estadual Abelardo Camarinha e o prefeito Vinícius Camarinha como verdadeiros donos do jornal..
Ela conta ainda que o jornal era administrado por Carlos Umberto Garrossino, assessor do deputado, e José de Souza Júnior, advogado e ex-assessor do ex-prefeito Vinícius Camarinha.
Sandra Norbiato confessou que recebeu pagamento em dinheiro mais repasses mensais de R$ 2.500 para figurar como laranja.
Entregou cópias de e-mails e outros documentos, especialmente mensagens trocadas com o jornal, o advogado José de Souza Júnior e seu ex-marido Antonio Carlos dos Santos, apontado como articulador do acordo com Camarinha para sua atuação como laranja.
Antonio Carlos foi preso no dia 24 de janeiro, com a segunda fase da Operação, que provocou fechamento do Diário.
Sandra assumiu o compromisso de prestar informações sobre todos os autores, coatores e participantes do esquema investigado pela Operação Miragem, o que pode envolver novos nomes. Alguns deles são citados na delação, como Ednaldo Perão, que figurou como administrador do jornal por algum tempo.
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O acordo para a delação foi firmado em outubro do ano passado durante depoimento de Sandra Norbiato a procuradores da República em São Paulo. Quando Sandra investigada pela Operação Miragem.
Sandra chegou a ser presa pela operação, deflagrada em agosto de 2016 para investigar fraude no registro da CMN (Central Marília Notícias), que controlava as rádios Diário FM, Dirceu AM e o jornal Diário, além de crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
No dia 17 de janeiro a desembargadora Cecília Mello, do Tribunal Regional da 3ª Região, em São Paulo, homologou o acordo e marcou depoimento formal de Sandra Norbiato para confirmar todas as acusações.
Todos os documentos eram estritamente sigilosos até a Editora Diário-Corrreio, empresa responsável pelo jornal, protocolar no STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de reabertura do jornal e das rádios.
Nas informações para defender a decisão que fechou o Diário, o Tribunal encaminhou os dados da delação premiada, que acabou vazando.
O depoimento formal de Sandra Norbiato sobre o caso foi marcado para o dia 1º deste mês, mas não há confirmação se ela compareceu e as informações que prestou.
Veja íntegra do documento com as informações sobre a delação enviado ao STF
