A Santa Casa de Marília atingiu em abril a marca de 18 mil cirurgias cardíacas realizadas em 43 anos de história do setor na instituiçlão, responsável pela instalação do terceoiro serviço do gênero autorizado no Estado de São Paulo e atende 62 municípios abrangidos pelo DRS IX (Departamento Regional de Saúde).
“Realizamos cerca de 430 cirurgias cardíacas por ano, a grande maioria através do SUS (Sistema Único de Saúde). É motivo de muito orgulho ver todo este desenvolvimento do hospital e do nosso setor, que tem ajudado tanta gente em nossa região”, destacou o decano cirurgião cardíaco Rubens Tofano de Barros, que está na instituição desde o início do serviço.
Os procedimentos incluem os chamados “de coração aberto” (extracorpóreos), como a revascularização do miocárdio, com a colocação de pontes de safena, bem como implantes de marca-passo. “Isso sem falar nos procedimentos realizados pelo nosso serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, com técnicas minimamente invasivas”, salientou Rubens de Barros.
O cirurgião destacou a importância da equipe multiprofissional e da estrutura oferecida pela Santa Casa de Marília, com equipamentos modernos e UTI (Unidade de Terapia Intensiva) exclusiva para a Cardiologia – REC (Unidade de Recuperação Cardiológica).
Além do coordenador Rubens de Barros, a equipe conta com os competentes cirurgiões cardíacos Marcos Gradim Tiveron e Sérgio Marques Pereira, além do cardiologista clínico Eraldo Peloso.
História
A primeira cirurgia cardíaca na Santa Casa de Marília aconteceu através de um convênio com a Famema (Faculdade de Medicina de Marília). Em 1974, o médico Miguel Angel Mendoza Claros trouxe o renomado docente da USP (Universidade de São Paulo) Euryclides de Jesus Zerbini para fazer o procedimento inaugural, acompanhado dos profissionais da cardiologia Olavo Ribeiro Rodrigues e Antônio Carlos dos Santos.
O serviço de Cirurgia Cardíaca da Santa Casa de Marília só seria iniciado em 1980. “Faço questão de destacar a parceria com o meu amigo Antônio Penna, muito importante para a consolidação do nosso serviço e hoje curtindo merecido descanso em sua aposentadoria. De lá para cá, foram muitas dificuldades enfrentadas, mas conseguimos consolidar o serviço e fazer com que o hospital tivesse essa tradição e se tornasse referência em cirurgia cardíaca”, disse Rubens de Barros.
O médico contou que no início o trabalho dos cirurgiões cardíacos era praticamente artesanal. “Primeiro porque não havia a tecnologia de hoje e segundo porque estávamos a quase 500 km da capital, onde tudo se tornava mais difícil. Contávamos com a competência dos profissionais que aqui se instalaram, além da colaboração e da criatividade de colegas de outras áreas para o sucesso do nosso serviço”.
Hoje vivendo uma nova realidade, o serviço de Cirurgia Cardíaca da Santa Casa de Marília é destaque no País e recentemente foi incluído no Programa QualiSUS Cardio, do Ministério da Saúde, classificado como Nível “A”, após rigorosa classificação de desempenho em procedimentos de alta complexidade. “Isso se deve ao grande trabalho da nossa equipe. Fico muito feliz em ver os profissionais competentes que chegaram depois e que fazem ter este reconhecimento”, concluiu ele.