Marília

Saúde anuncia visitas em bairros para controle da leishmaniose

Técnicos da Prefeitura e Unimar discutem ações contras Leishimaniose – Divulgação/Prefeitura de Marília
Técnicos da Prefeitura e Unimar discutem ações contras Leishimaniose – Divulgação/Prefeitura de Marília

A Secretaria Municipal de Saúde inicia no dia 1º o novo programa de combate à Leishmaniose com abordagem em casas do bairro Jânio Quadros, onde foi confirmado um caso mde contaminação de uma moradora.

O bairro já havia aparecido como um dos mais atingidos por infecções da doença em animais em levantamento apresentado pela coordenação de zoonoses em 2016.

De acordo com Lupércio Garrido, médico veterinário e coordenador da área, em 2016 foram registrados dez casos da doença em humanos. O controle nos bairros seguirá para Núcleo Aniz Badra e Juscelino Kubitschek (JK), com análise projetada de 4.000 cães para 16 mil moradores.

A abordagem será feita com coleta do sangue de todos os cães. Haverá ainda avaliação de condição do imóvel e busca ativa de pessoas com sintomas sugestivos da doença. O projeto conta com apoio da Unimar e equipes do curso de Medicina Veterinária, além do suporte do Hospital Veterinário da instituição.

CONTROLE

As equipes vão apresentar orientações para controle dos possíveis criadouros do mosquito Palha, transmissor da doença para humanos, além de doar de sacos de lixo para a coleta dos dejetos orgânicos (lixo exposto, folhas úmidas, frutas apodrecidas e fezes de animais)  responsáveis pela proliferação do mosquito transmissor.   

“Vamos fazer um trabalho pontual, residência por residência. Avaliar e orientar todos os moradores quanto ao perigo dessa doença”, disse Lupércio Garrido.

Como o trabalho será minucioso, os moradores serão orientados a limpar seus quintais e recolher os sacos de lixo para fora das residências no fim de semana subsequente à realização do inquérito. O material deverá ser recolhido pela Secretaria de Limpeza Pública e Meio Ambiente na segunda feira. 

O sangue colhido dos animais será submetido ao teste rápido TR-DPP, produzido pelo laboratório Bio-Manguinhos, nas dependências do CVA (Centro de Vigilância Ambiental).

As amostras reagentes seguem para o Instituto Adolfo Lutz, que vai confirmar o resultado por meio da prova ELISA. Caso a segunda análise confirme o resultado da primeira, o cão será considerado reservatório da doença. 

Os agentes da Secretaria Municipal da Saúde também realizam, na atividade de inquérito, a identificação dos animais por meio do RA (Registro Animal). “Essa doença infelizmente é uma realidade na nossa cidade, portanto, iremos cumprir rigorosamente o protocolo previsto pelo programa”, disse Garrido.

Inicialmente, 12 profissionais vão fazer o trabalho nas residências que não tem período de término. “Vamos realizar o trabalho sem pressa, para que todas as casas dos bairros sejam visitadas e o controle da doença seja realizado”, disse. 

A DOENÇA

A Leishmaniose visceral é uma doença crônica grave causada por um protozoário, transmitido pela picada do mosquito palha. O mosquito suga o sangue de um cão infectado, e depois transmite o parasita a pessoa ou animal saudável. 

O mosquito deposita seus ovos no solo, à sombra, e a larva se alimenta de material orgânico em decomposição: lixo exposto, folhas úmidas, frutas apodrecidas e fezes de animais. 

Em cães e humanos o parasita se reproduz em órgãos vitais como fígado, baço, e na medula óssea, onde são produzidas as células do sangue. A doença é tratável nas pessoas, principalmente quando diagnosticada a tempo,. O tratamento humano ocorre em ambiente hospitalar.