Marília tem quatro casos de dengue oficialmente registrados em 2019, três contraídos na cidade, e as equipes da Secretaria da Saúde reforçam pedidos para que a população adote medidas de controle de criadouros.
Nesta quinta, a pasta divulgou os números, alertas e uma orientação geral sobre uso de inseticida, uma medida com repetidos pedidos de moradores.
O uso do chamado fumacê, a partir de bombas instaladas em caminhonetes, está descartado neste momento. Segundo a Saúde, “é um recurso extremo, ao qual se recorre apenas nas situações de intensa transmissão, quando o uso de equipamento portátil deixa de ser possível”.
O veterinário Lupércio Garrido Neto, da Divisão de Zoonoses da Secretaria Municipal da Saúde, diz que a finalidade específica do fumacê é exterminar as fêmeas do inseto, que possam estar infectadas com vírus causadores doenças como a dengue, em áreas de transmissão confirmada.
“As regras de uso, determinadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), visam atingir esse objetivo sem causar danos ao meio ambiente, às espécies não-alvo, ao próprio ser humano, sempre considerando que o uso inadequado ainda pode levar ao fenômeno da resistência do inseto aos produtos hoje disponíveis”, alerta.
A nebulização com bombas portáteis (com suporte nas costas) é a forma de aplicação recomendada, e sempre ocorre num raio de 200 metros em torno do local de maior permanência de pacientes confirmados.
“Estamos fazendo isso em Marília. Todas as áreas onde tivemos casos positivos estão recebendo as equipes de nebulização. Pedimos aos moradores que colaborem com esse trabalho, recebendo as nossas equipes da empresa autorizada”, disse Garrido.
Alessandra Arrigoni Mosquini, supervisora da Vigilância Epidemiológica, diz que a medida mais eficaz é eliminar o potencial foco das casas, quintais, terrenos vagos, grandes imóveis e áreas públicas.
O controle começa na vistoria doméstica pelo próprio morador, passando pela responsabilização dos donos de imóveis fechados, limpeza de espaços públicos e vistoria em imóveis especiais (grandes prédios, pátios, depósitos abertos, armazéns).
“Parte desse trabalho é feito diretamente pelo poder público. E estamos fazendo, por meio dos agentes e demais equipes de saúde. Mas se o cidadão não se envolver, não se interessar, não der importância, vamos ficar enxugando gelo”, diz Lupércio.