Marília

Sem candidatos na zona sul, Filantrópica pode desafogar Cacam; custo é maior

Sem candidatos na zona sul, Filantrópica pode desafogar Cacam; custo é maior

A Associação Filantrópica foi a única entidade a responder ao chamamento público aberto pela Prefeitura de Marília para contratar uma nova  unidade de acolhimento de crianças e desafogar o Cacam (Centro de Apoio a Criança e Adolescente de Marília).

O processo não atingiu o objetivo de criar base na zona sul, uma localização indicada como ‘preferencial’ no edital e que atende uma sugestão do Cacam em pedido para combater superlotação.

Fisicamente longe do projeto, a Filantrópica tem nome e história para resolver no serviço. É uma das mais tradicionais instituições de atendimento a crianças e adolescentes da cidade.

Ofereceu proposta para desenvolver o trabalho com custo de R$ 978.703,50 por ano, valor é estabelecido para o limite de 20 crianças.

Representa pouco mais de 27% acima da previsão de valores a serem pagos ao Cacam, que está sob intervenção desde maio, com contratos para repasse anual de R$ 768.292,96.

A justificativa para a diferença seria necessidade de investir na estrutura do novo serviço. Segundo a diretoria do Cacam, esse custo a entidade cobriu com repasses de empresas e doações, sem verbas públicas e com grande impacto de reforma e ampliação.

O ano começou pior. A previsão em janeiro era repassar ao Cacam R$ 660 mil em dois convênios. Um pedido para melhoria dos repasses apresentado em dezembro de 2023 foi atendido em maio e ampliou os repasses em R$ 12 mil ao mês.

E há agravantes. Além do valor menor o Cacam atua há vários meses com superlotação, uma condição que começou em 2022, virou alerta em julho do ano passado e provocou medidas do Ministério Público.

Uma semana depois de estabelecer o aditivo para o aumento nos repasses a prefeitura instaurou um processo administrativo e abriu intervenção no Cacam. Superlotado, o serviço entrou em impasse de gestão.

Em julho a intervenção afastou a diretoria da entidade após 32 anos de atividade. O Cacam denunciou o caso como retaliação. Dois dias depois a Prefeitura ficou prazo de 180 dias para a intervenção, até pouco depois das eleições municipais em outubro.