Marília

Sem grandes lojas, vale-alimentação de servidores vira polêmica e sátira na internet

Servidores durante greve de 2015: vale-alimentação é refeição antiga
Servidores durante greve de 2015: vale-alimentação é refeição antiga

Começou de forma polêmica a troca das cestas básicas por cartões vale-alimentação para servidores públicos da Prefeitura de Marília. Nenhuma das grandes redes de supermercados da cidade aderiu ao programa e as primeiras listas de fornecedores divulgadas indicam apenas mercados e varejões de bairros para as compras dos trabalhadores.

A situação, que não é definitiva e pode mudar com adesões em diferentes momentos, já é usada para críticas ao sistema. A divulgação das primeiras listas sem as grandes empresas já provocou onda de manifestações e até um vídeo em que um trabalhador satiriza o acordo fechado pelo Sindicato dos Servidores.

“Eu liguei pra agradecer o cartão que chegou aqui para nós”, diz o trabalhador na gravação de uma conversa de telefone com dirigente do Sindicato dos Servidores. “Rapaz, foi uma conquista excelente, do jeitinho que o funcionário merece”, ironiza o homem.

Segundo uma resposta apresentada pelo sindicato na gravação, a empresa que vai administrar o serviço, a Sindcard, de Rio Preto, procurou as grandes redes e nenhuma quis aderir.

Em maio, quando a medida foi anunciada, o Sindicato divulgou fotos de visita para anunciar promessas de adesão das grandes redes. A adoção do cartão também foi celebrada por lideranças empresariais da cidade.

A falta das grandes redes, que tradicionalmente conseguem oferecer preços melhores que o dos mercados e varejões de bairro, pode tirar poder de compra dos cartões, que já serão entregues com baixo valor – R$ 125.

A disputa pelo mercado e a guerra de promoções torna os grandes supermercados mais atraentes. Sem essas lojas, o servidor segue fora dessa disputa.

Apesar da falta das grandes redes, a lista de empresas divulgadas apresenta 65 pontos comerciais apenas entre mercados, varejões e casas de carnes. O compromisso da empresa, responsável pelos contratos de adesão ao programa, era entregar 50 fornecedores. Ou seja, a situação pode parecer ruim mas parece legal.

Segundo a direção do sindicato, a tendência é que todas as lojas acabem aderindo. “São 7.000 cartões, são os servidores da prefeitura e do Daem”, diz uma dirigente do sindicato na conversa divulgada. Na verdade o Daem ainda pode viver situação diferente da prefeitura, já que o departamento promove uma licitação à parte para a contratação da empresa que vai fornecer os cartões. A Prefeitura fechou com a Sindcard, de Rio Preto. O Daem ainda está em fase de licitação.