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A subprocuradora de Justiça Carmen Pavão Camilo Pastorelo Kfouri, de Marília, coordena em todo o Estado um programa de inovação e estratégica do MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo) que projeta benefícios à comunidade.
Carmen Pavão Kfouri chegou ao cargo de Subprocuradoria-Geral de Justiça de Estratégia e Inovação como mais um degrau em carreira de dedicação sucesso.
Uma história que passa pela infância e formação profissional em Marília – cursou Direito no Univem (Centro Universitário Eurípides de Marília). Nunca perdeu os vínculos com a cidade.
Chegou ao Ministério Público com muito esforço em estudos. Evoluiu enquanto cuidava de aperfeiçoamento pessoa, filhos, família e o casamento com o magistrado – hoje desembargador – Fernando Pastorelo Kfouri.
Inovação no MP em São Paulo
Responde por iniciativas como diagnósticos, avaliação de gestão para modernização, desburocratização e aumento da eficiência.
Coordena adoção de ferramentas tecnológicas e de gestão e a implementação banco de projetos.
Em entrevista ao Giro Marília, ela fala sobre o trabalho, a relação com Marília e define seu modelo ideal de modernização: equilibrar a automação com o olhar humano
Giro Marília – Ainda tem vínculos e família e amigos em Marília. Como a cidade ainda está na sua vida?
Carmen Pavão Kfouri – Nasci e vivi em Marilia até um ano depois de me formar na faculdade, quando então me mudei para SP para fazer cursinho preparatório para concurso. À época não havia cursos à distância e a mudança para SP foi inevitável.
Meus pais, minhas irmãs, além de tios, tias e primos, ainda moram em Marília e meu vínculo com a cidade é fortíssimo. Sou torcedora do MAC e sempre que consigo vou ao estádio ver o time jogar. Mantenho contato também com amigos que continuam morando em Marília e procuramos nos encontrar sempre que estou na cidade.
A IA pode ajudar na análise de grandes quantidades de documentos e identificar padrões. Isso facilita investigações e permite ao promotor de justiça e ao juiz tomarem decisões de forma ainda mais segura e justa. Carmen Pavão Kfouri, subprocuradora de Inovação e Estratégia
Giro- Fez a graduação em Direito em Marília, certo? Como analisa hoje sua formação?
Carmen Pavão Kfouri – Exato, me formei na Fundação Eurípides, hoje Univem, e tive aula com professores excelentes, que despertaram em mim a vontade de ser promotora de justiça.
Giro- Como e quando foi seu ingresso no MP?
Carmen Pavão Kfouri – Ingressei no MP em 2007, depois de quatro anos estudando. Não é fácil persistir nos estudos e confesso que pensei algumas vezes em desistir, mas meus pais sempre me apoiaram muito e foram essenciais para que eu obtivesse a aprovação.
Evolução durante a pandemia
Giro- Antes de assumir a Subprocuradoria, como sua atuação já estava com foco na inovação?
Carmen Pavão Kfouri – Durante a pandemia eu quis aproveitar o tempo em casa e o boom de as aulas online e fiz um curso sobre OKR’s (objectives and key results).
O curso despertou o desejo de me aprofundar em questões ligadas à gestão pública. Acabei me inscrevendo para concorrer a uma bolsa de estudos nos EUA para um curso intensivo de Innovative Project Management. Ganhei a bolsa e fui para Akron/OH em julho de 2023, onde tive a certeza da minha paixão pelo tema.
É primordial equilibrar a automação com o olhar humano, garantindo que as decisões sejam justas e éticas. Carmen Pavão Kfouri, subprocuradora de Inovação e Estratégia
GIRO- Como analisa o potencial de uso da Inteligência Artificial no MP e no Judiciário de forma geral?
Carmen Pavão Kfouri – O potencial é enorme! Apenas para citar alguns exemplos, a IA pode ajudar na análise de grandes quantidades de documentos e identificar padrões. Isso facilita investigações e permite ao promotor de justiça e ao juiz tomarem decisões de forma ainda mais segura e justa.
A IA também pode ser usada para automatizar tarefas repetitivas, como a triagem de processos e o monitoramento de prazos, o que liberaria recursos humanos para atividades mais complexas e estratégicas.
Giro – De que forma essa modernização se torna benefício para o cidadão comum?
Carmen Pavão Kfouri – Ferramentas de IA, como chatbots e assistentes virtuais, podem ser utilizadas para fornecer informações jurídicas básicas à população, promovendo maior inclusão e ampliando o acesso à justiça.
Impacto na coletividade
A IA também pode ser útil no combate à morosidade e ao grande volume de processos, garantindo justiça de forma célere e eficaz.
No entanto, o uso excessivo de IA pode gerar uma sensação de desumanização da prestação jurisdicional. É primordial equilibrar a automação com o olhar humano, garantindo que as decisões sejam justas e éticas.
Giro – A inovação pode aproximar o MP da comunidade?
Carmen Pavão Kfouri – Inovar é introduzir algo novo ou aprimorar algo existente, com o objetivo de agregar valor, resolver problemas de maneira mais eficaz ou criar novas oportunidades.
A função do MP é primordialmente impactar positivamente a sociedade, enfrentando desafios dinâmicos que mudam com o tempo. Adaptar-se às novas realidades, com criatividade e tecnologia, garante que esse impacto positivo na comunidade continue acontecendo.