Marília

TJ suspende ordem para desocupar CDHU em Marília; pede detalhes de riscos

TJ suspende ordem para desocupar CDHU em Marília; pede detalhes de riscos

O desembargador Fernão Borba Franco, da 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça, atendeu pedido da CDHU e suspendeu a ordem de interdição e evacuação do conjunto de edifícios Paulo Lúcio Nogueira, com 880 unidades, na zona sul de Marília.

A decisão suspende também a ordem para que a empresa faça em três meses as obras de adequação e manutenção do prédio. A suspensão beneficia ainda a prefeitura de Marília, também citada na ordem de realocação dos moradores.

O despacho acompanha entendimento da CDHU de que o perigo iminente de desabamento e as anomalias do Conjunto Habitacional são provocados pela falta de manutenção adequada para a conservação do condomínio.

Segundo o despacho de Borba Franco, a eventual retirada dos moradores só deve ocorrer quando foram definidas quais obras serão necessárias e quais apartamentos devem ser esvaziados e em que período. E indicou forma da realocação.

“Deve haver escalonamento, segundo a gravidade do risco e possibilidade de reforma, de modo que só devem ser deslocados os moradores na hipótese de ser isso essencial para tanto”, disse.

Ele citou trecho do laudo de um perito judicial que apontou oss riscos na construção. O documento aponta danos “ ocasionados pela ausência de manutenção no sistema de impermeabilização, tanto da fachada, quanto das lajes do ático e piso das escadarias”.

O documento diz ainda que anomalias como fissuras, armaduras expostas, manches de umidade, entupimentos e rompimento de caixas de gordura “possuem origem FUNCIONAL, devido à ausência de manutenção adequada”.

“Aparentemente, não há responsabilidade da agravante, que construiu os edifícios há 20 anos. Em que pese a sensibilidade da questão, inviável atribuir obrigação a terceiro que não contribuiu para os danos constatados”, disse o desembargador.

A Vara da Fazenda Pública de Marília, que havia expedido a ordem de interdição e realocação dos moradores, marcou para o dia 9 deste mês uma audiência de conciliação sobre o caso.