A transexual Marcelle Brandina, 23, encontrada morta nesta terça-feira em Marília, figura como vítima em um processo de investigação de estupro registrado em Tupã, em 2010, e também já respondeu a uma denúncia de extorsão em Quintana, da qual foi absolvida.
O caso de estupro, além de antigo, está coberto por forte sigilo de Justiça mas indica quatro vítimas e uma medida de execução de pena de dívida ativa, que indica uma multa não paga.
Marcelle tinha 14 anos na época. Nascida em Tupã, vivia na cidade na adolescência e aparece no processo com seu nome de registro, Rafael Felipe Aparecido Moreira Brandina.
O sigilo encobre detalhes do caso, o que inclui as informações sobre eventual dano contra Brandina e decisão final com condenação ou não do acusado.
O processo de extorsão tramitou em Pompéia a partir de 2018 e envolve a relação de Marcelle com um homem de Quintana. Ela foi acusada de pedir dinheiro para não divulgar fotos íntimas do homem, mas foi absolvida por falta de provas.
Em seu depoimento à Justiça de Pompéia, Marcelle disse que os dois tinham um relacionamento e que o homem apagou todas as fotos que ela mantinha em seu celular.
O caso teria provocado uma discussão, Marcelle fez uma foto do homem andando na casa de cueca e postado em uma rede social. Mas a vítima nem foi ao fórum durante o julgamento e o caso acabou arquivado.
MORTE
Marcelle foi morta entre a noite de segunda e a madrugada de terça-feira depois de um encontro com um homem de 44 anos, morador na região, com quem teria feito contato por aplicativo de celular.
Seu corpo foi encontrado na zona rural de Marília e poucas horas depois a polícia prendeu o suspeito, que seria casado e com filhas.
Segundo as informações da polícia, o acusado confessou o crime e disse ter sofrido extorsão de Marcelle com ameaça de divulgar o encontro dos dois. Ela foi asfixiada e seu corpo foi abandonado na zona rural, mas o rastreamento das atividades e contatos permitiu chegar ao suspeito.