O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) cassou hoje (28) o diploma de deputado estadual de José Abelardo Guimarães Camarinha (PSB) e tornou-o inelegível durante oito anos por uso indevido dos meios de comunicação social. A votação foi unânime.
Para o relator do processo, des. Mário Devienne Ferraz, Camarinha tinha vínculos com os proprietários dos periódicos Correio Mariliense e Diário de Marília, sendo nitidamente favorecido, nas eleições de 2014, por uma série de chamadas jornalísticas que objetivaram alavancar a candidatura do político.
Camarinha, que já estava afastado do cargo em licença médica, responde a representação formulada pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Nascimento, que foi candidato pelo PHS.
Atualmente a vaga de Camarinha é ocupada pelo suplente Airton Garcia, um empresário de São Carlos, que manteve muito dos assessores nomeados pelo deputado de Marília.
A eventual cassação deve ampliar a presença de Camarinha no dia-a-dia político da cidade. Pai do atual prefeito, Vinícius Camarinha, Abelardo já vinha pressionando a administração para nomear aliados mais próximos a ele.
Uma das alegações da defesa de Camarinha era a de que ele, por ter longa tradição pública, tinha destaque natural nos jornais, mas essa tese foi rechaçada pela Corte paulista, que não viu o mesmo tratamento dos periódicos com os outros candidatos. Para os magistrados, houve desequilíbrio de forças na eleição.
Os juízes, ainda, declararam nulos os votos recebidos pelo deputado e determinaram a retotalização da eleição. José Abelardo Guimarães Camarinha foi eleito deputado estadual em 2014 com 79.325 votos após uma longa batalha judicial. Ele chegou a ter registro negado e só conseguiu garantir a contagem dos votos na reta final.
O deputado ainda pode recorrer ao TSE e tentar anular a decisão. Clique AQUI e veja quais devem ser os próximos passos do processo.