Marília

Tribunal suspende lei e proíbe provas de rodeio em Marília

Defensores de rodeios durante manifestação para aprovação da lei em Marília
Defensores de rodeios durante manifestação para aprovação da lei em Marília

Uma liminar concedida pelo desembargador Arthur Bereta da Silveira, do órgão especial do Tribunal de Justiça, em São Paulo, suspendeu trechos da lei 8104 de 2017, que autoriza a realização de rodeios em Marília, e proibiu provas de montarias e outros regulamentos aprovados pela Câmara e sancionados pelo prefeito Daniel Alonso.

A medida atende um pedido da Procuradoria Geral de Justiça contra o presidente da Câmara e o prefeito da cidade. A ação propõe a revogação dos artigos suspensos e ainda segue em tramitação. Deverá ter agora manifestações do Legislativo e do Executivo.

É uma ação direta de inconstitucionalidade que aponta conflitos entre a lei dos rodeios de Marília e a Constituição do Estado, com acusação de que a lei prevê procedimentos que causam sofrimento aos animais.

“O Autor põe às claras a existência de vício grave no edito em apreço, consistente na autorização dada a que nos rodeios realizados naquele município sejam adotadas práticas nocivas aos animais ali conduzidos para o espetáculo, impondo-lhes intenso sofrimento físico, daí a necessidade de acolhimento do pedido declaratório de inconstitucionalidade”, diz o desembargador na decisão.

Para o procurador e o desembargador, é obrigação do município proteger a fauna, “adotando medidas que impeçam a submissão dos animais a atos de crueldade”.

A decisão suspende o inciso I do artigo 1º da lei que considera como patrimônio cultural as provas de montaria. Também suspende trechos da norma que regulamentam a prova de team roping, uma disputa de laço em duplas, e proíbe trecho que prevê condução dos animais com condutor elétrico. A liminar suspende ainda todos os parágrafos que regulamentam os tipos de apetrechos a serem usados nas montarias.

Segundo a decisão do desembargador, a lei cria uma “arriscada liberação de rodeios… pondo em evidente perigo a inteireza dos animais ali presentes”.

A Câmara de Marília anunciou que deve apresentar nos próximos dias recurso para manter a legislação aprovada, mas ainda não divulgou detalhes das medidas a serem tomadas ou argumentos a serem usados.