Marília

Troca de professora reacende crise em meio a intervenções na Emei Monteiro Lobato

Troca de professora reacende crise em meio a intervenções na Emei Monteiro Lobato

O afastamento de uma professora na esteira das intervenções na Emei Monteiro Lobato, uma das mais disputadas de Marília, jogou lenha em uma fogueira que as medidas administrativas pretendiam abafar após substituição na direção da escola. 

A reação de pais contra a mudança de professora já provocou um abaixo-assinado com 20 nomes. Também levou ao registro do caso na Ouvidoria, contatos com supervisora, uma tentativa ainda frustrada de falar com secretário de educação, Helter Bocchi, e mensagens para vereadores com pedido de apoio.

No documento, os pais dizem estar ‘supreendidos e indignados’. Não deve parar por aí. O tema corre em grupos de mensagens dos pais impulsionado especialmente por uma mãe com dois filhas com Transtorno do espectro Autista. Uma delas recusa voltar à escola após a saída da professora.

Para agravar o caso, a mobilização diz que a medida de afastamento foi um equívoco provocado pela compreensão errada de uma situação que envolve esta mãe e a sua filha, fã da professora.

“Voltamos do recesso após 20 dias. É uma reorganização. Minha filha vem mais agitada, mais hiperativa, com o tempo ela reorganiza, mas leva uns dias”, explica a mãe.

A situação exigiu atenção extra ao comportamento desafiador e apropria professora sugeriu que o caso fosse tratado no atendimento psicológico que a criança recebe tradicionalmente.

“Desde o começo do ano ela fez um trabalho incrível com minha filha. Levei para a psicóloga. Ela ligou na escola e pediu horário com a professora. Foi uma conversa super tranquila, de redirecionamento, não houve reclamação, nem ocorrência e muito menos denúncia.”

A mãe diz que a situação chegou à Secretaria de Educação com informação de que houve uma ocorrência em relação à conduta da professora. A menina teve novo afastamento para procedimentos. Mas retornou em meio ao imbróglio com a queixa de outra mãe contra a diretora, que provocou uma sindicância e a onda de afastamentos.

“Imagina como está meu coração. Minha filha ama a professora, eu não consigo falar disso sem chorar. A professora foi afastada injustamente, uma situação que estava resolvida, não foi uma denúncia, a gente só quer ela de volta”, diz.

A mãe conta ainda que envolve uma educadora que atende duas crianças com espectro autista na sala e as duas famílias elogiam muito o trabalho e os resultados.

Mas o tempo corre contra estas famílias. A mãe diz que a professora já foi realocada em outra unidade, o que arrasta impactos com novas mudanças.

“Responderam apenas que temos que aceitar e preparar as crianças para nova professora. Temos 20 nomes no abaixo-assinado, todos os pais da turma. Não houve reclamação contra essa professora. Agora pensa comigo: numa época em que as crianças estão extremamente apegadas, é uma professora super inclusiva. E todos os pais abraçaram a causa.”