Marília

Uma história de oportunidades e gratidão na Unimar

Uma história de oportunidades e gratidão na Unimar

Há algum tempo estou com vontade de compartilhar com vocês a minha história, que é cheia de oportunidades e gratidão. Ainda mais nesse espaço, “Espaço do Egresso UNIMAR”, conteúdo idealizado pela Profa. Dra. Walkiria Martinez Heinrich Ferrer.

Estudei da primeira série ao terceiro colegial em uma escola privada da cidade de Marília e, em 2007, entrei no curso de Direito da UNIMAR. Não era a minha primeira opção, e sim Ciências Sociais, talvez justamente por influência da minha mãe, que é formada nessa área.

Sempre tive muito apoio dos meus professores da Graduação em Direito e da coordenação. Um dos momentos que me vem à cabeça quase que de imediato é a coleção de Direito Civil da autora Maria Helena Diniz e o livro de Direito do Consumidor do autor Rizzato Nunes que a professora Cintia Trad me deu.

Comecei a fazer estágio logo no primeiro ano, no Núcleo de Prática Jurídica da própria universidade, com atendimento voltado ao público em geral e, de forma gratuita. Dra. Melce, Dra. Márcia e Cleusa, não há como esquecer pessoas tão queridas para mim, especialmente a Dra. Márcia, com a qual tive mais contato, e que com toda a paciência que lhe é característica me ensinou a dar os primeiros passos, no mundo do Direito, o que chamamos de “procuração”, “petições intermediárias”, “notificações”, além do atendimento humanizado e atencioso, a qualquer um que aparecesse naquela porta enorme de ferro, onde hoje está localizado o CEJUSC de Marília/SP.

Participava de tudo o que a universidade me oferecia, principalmente cursos e eventos.

Júri Simulado realizado durante o Curso de Direito.

Nos dois anos finais da faculdade fiz estágio no fórum (CIEE). Aproveitei os últimos meses do Dr. Reynaldo José Castilho Paini enquanto juiz, na Primeira Vara da Família e Sucessões da Comarca de Marília/SP e, logo depois, fui transferida para a Segunda Vara da Família e Sucessões da Comarca de Marília/SP, juiz à época, Dr. Rodrigo, aprendi muito. “Está vendo esses processos em cima da mesa? Atrás deles tem pessoas, vidas, portanto, nunca os deixe aí por mais tempo do que o suficiente”, foi mais ou menos assim que ele disse e nunca mais consegui olhar para um processo ou pasta de forma indiferente. Levei isso para a vida! E que saudade sinto das “minhas meninas”, que me trataram como se fosse filha delas.

Aqui a minha homenagem ao Adilson Leonardo, já falecido

Para fechar a Graduação com chave de ouro, fui rondonista. Não sabe o que isso significa? Vou te explicar. A universidade, durante anos, possibilitou que seus alunos participassem do Projeto Rondon, que é uma iniciativa do Governo Federal e desenvolve ações que trazem benefícios permanentes para as comunidades. Eu e um grupo da Medicina Veterinária, supervisionados por duas professoras do curso, fomos para Esperantina, Piauí.

Desenvolvemos diversas atividades visando a capacitação da população, para que, a partir daí, os cidadãos pudessem caminhar com suas “próprias pernas”. Um exemplo é a instalação de fossa séptica nas propriedades da área rural, já que a cidade não dispunha de um sistema de esgoto.

Foto do Projeto Rondon, em Esperantina/PI.

Quem mais ganhou com essa experiência, definitivamente, fui eu. Sempre falo que “aprendi a ser gente”, pois voltei diferente.

Foto do Projeto Rondon, em Esperantina/PI.

Não precisava viajar tão longe para ver as dificuldades do povo mas, honestamente, a realidade que vivenciei é muito diferente da nossa, impossível comparar.

Foto do Projeto Rondon, em Esperantina/PI.

Isso foi no final de 2011, começo de 2012.

Eu me formei, fiquei alguns meses sem saber por onde começar, o que fazer. E foi aí que mais uma oportunidade surgiu: fazer estágio voluntário no escritório de um colega da minha mãe, professor Galdino, que havia, inclusive, me dado aulas durante a graduação em Direito. Se não me engano entrei em 2013 e, desde então, trabalho no mesmo lugar.

Foram anos de muito crescimento, como pessoa e profissional. Liberdade e parceria, não poderia definir de outra forma. Claro que depois de algum tempo e sob o olhar atento do Dr. Galdino, que é o sócio proprietário do escritório, afinal, professor na universidade e na vida, né?

Sou grata demais à ele por isso, à sua esposa, Dra. Giovana, à todos com quem trabalho e trabalhei até hoje, os estagiários que por lá passaram e que permitiram que eu pudesse transmitir o conhecimento que adquiri. Torço tanto por cada um!

Pois bem, voltando à academia. Em 2015, por meio do Dr. Galdino, fui aluna especial do Mestrado em Direito da UNIMAR, já tinha essa vontade, mas me faltava a coragem, então, ele ligou para um professor do programa e foi direto ao ponto “a Catharina pode assistir algumas aulas? Quando ela começa?”.

E comecei.

Em 2016 prestei o processo seletivo e fui aprovada. Dois anos de muito, muito, muito aprendizado, com aulas, eventos, trabalhos publicados, pessoas maravilhosas que conheci.

Minha turma no Mestrado – PPGD UNIMAR.

Passei em 5º lugar (de 10 para a minha linha – 2), e como era a primeira colocada entre os egressos, fui contemplada com uma bolsa da universidade.

Algum tempo depois foi divulgado o edital para as bolsas CAPES, não poderia deixar essa oportunidade fugir, certo? Candidatei-me e fui a primeira colocada.

Curso internacional realizado durante o Mestrado – PPGD UNIMAR.

Como bolsista, tinha uma carga horária de 20 horas semanais para cumprir na universidade, auxiliando na pesquisa e extensão. Isso só me agregou.

Unimar Aberta – Durante os anos de Mestrado.

Defendi minha dissertação em março de 2018, intitulada “Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais nas Relações Privadas”. A primeira vez que tive contato com esse tema foi em 2015, enquanto aluna especial do mestrado, em um evento na UEL, em que o Prof. Dr. Jefferson Aparecido Dias, docente do programa, proferiu uma palestra.

Defesa da dissertação, com a minha orientadora, Profa. Dra. Jussara Suzi Assis Borges Nasser Ferreira, os membros da banca, Profa. Dra. Marisa Rossignoli (PPGD UNIMAR) e Prof. Dr. Tiago Cappi (membro externo), além da minha mãe, Profa. Dra. Walkiria Martinez Heinrich Ferrer, docente do PPGD UNIMAR e coordenadora do NIPEX-DRI UNIMAR (Núcleo Integrado de Pesquisa e Extensão – Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Marília).

“Miniatura” da Mestre Catharina, com sua dissertação “em mãos”.

Pensei “agora preciso de um fôlego, vou tirar alguns anos para descansar e pensar se quero mesmo fazer o Doutorado”, nunca abandonando, claro, a minha vontade de dar aulas.

Vi vários colegas meus prestando o processo seletivo e admito que em alguns momentos duvidei da minha capacidade, pois sabia o que era necessário para ser aprovada.

Em 2020, depois do processo seletivo do PPGD UNIMAR (Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Marília), em abril, recebi uma mensagem no celular da Profa. Dra. Maria de Fátima Ribeiro, docente do programa, perguntando se eu não queria assistir as aulas do Doutorado como aluna especial.

Não aceitei de imediato, pensei bastante, conversei com a minha mãe, conversei com a minha orientadora do Mestrado e decidi que sim, iria tentar.

De abril até agosto tracei um verdadeiro plano de ataque, publiquei todos os meus artigos do Mestrado que ainda não haviam sido publicados, desenvolvi novos, participei de eventos, estudei os livros da prova escrita. Fiz tudo o que estava ao meu alcance.

Prestei o processo seletivo do Doutorado e estava tão nervosa, não pela eventual reprovação, só conseguia pensar que não podia, de forma alguma, passar vergonha. Esse peso nas minhas costas, por ser “filha da professora” nunca me deixou.

Naquela mesma noite o resultado saiu e nós não conseguíamos entender se eu tinha passado, pois estava dividido entre os egressos e novos alunos, minha mãe precisou ligar para o coordenador do programa, Prof. Dr. Jonathan Barros Vita, que disse “sim, ela passou, e muito bem, parabéns!”.

Pensando agora e escrevendo para vocês, sinto um nó na garganta e os olhos chegam a lacrimejar.

Dei um grito alto e comecei a ligar para todas as pessoas que haviam me apoiado.Não foram muitas, importante dizer. E essa era a minha motivação, mostrar que eu era capaz e que merecia. Calar todas as provocações, calar toda a descrença e desmerecimento. Fui aprovada em quarto lugar.

Atualmente sou bolsista CAPES e acompanho um professor do PPGD UNIMAR, além de estar diretamente ligada à Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Ação Comunitária. Nesse ano, o programa recebeu 07 (sete) bolsas para o Doutorado e isto significou uma oportunidade não somente para mim, mas também para muitas pessoas, que não possuem condições financeiras para arcar com as mensalidades.

Lembram que eu disse que ganhei uma coleção de Direito Civil da professora Cintia Trad? Pois bem, estudei a minha faculdade toda com os livros dela e anos depois tive o prazer de conhecê-la pessoalmente:

Dia em que a Profa. Dra. Maria Helena Diniz compareceu na Unimar para uma banca de qualificação do PPGD UNIMAR

Da mesma forma que conheci uma das autoras mais renomadas no Direito do Consumidor, Profa. Dra. Claudia Lima Marques, que me acolheu tão gentilmente durante um congresso:

Profa. Dra. Claudia Lima Marques no CONPEDI de Brasília/DF, 2017.

Ajudei a organizar diversas Semanas Jurídicas do Curso de Direito da UNIMAR e ano passado fui convidada, junto com meu amigo, Mestre Kell Mazzini, para realizar uma oficina durante a XXVII SEMANA INTERNACIONAL, sobre “Processo na Prática”:

Arte da XXVII SEMANA INTERNACIONAL DO CURSO DE DIREITO DA UNIMAR, 2020

Quem me acompanha nas redes sociais sabe que sempre agradeço, muitas e muitas vezes à UNIMAR, por tudo o que me proporcionou nos últimos anos e, espero, de coração, que agora entendam melhor o por que são tão grata!

Minha primeira “mãe acadêmica”, como brinco, é, sem dúvidas, a Profa. Dra. Jussara Suzi Borges Nasser Ferreira, que foi minha orientadora na Graduação, Mestrado e agora Doutorado. Mas, preciso dizer que depois dela vieram muitas outras “mães acadêmicas” e muitos outros “pais acadêmicos”, que são os professores da graduação, que já mencionei, e do PPGD UNIMAR, os quais PRECISO mencionar.

Por isso, gostaria de agradecê-los publicamente, aqui em nome do Prof. Dr. Jonathan Barros Vita, coordenador do programa.

Se eu pudesse dar “conselhos” a quem me lê agora seriam, primeiro, assim como eu, participe de tudo o que a universidade lhe oferecer, publique nos eventos da casa e em outros que se interessar. Isso me ajudou muito no processo seletivo do Mestrado.

Segundo, acredite em você! Terceiro e último, tenha por perto pessoas que acreditam em você, que torcem para o seu crescimento.

Uma dessas pessoas, que encontrei na minha caminhada, foi a Profa. Dra. Fernanda Mesquita Serva, pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Ação Comunitária da UNIMAR, por isso gostaria também de agradecê-la pela confiança e por me dar novos desafios, que certamente irão contribuir (e muito) para essa minha nova etapa acadêmica (e profissional).

Profa. Dra. Fernanda Mesquita Serva, pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Ação Comunitária da UNIMAR, com a caneca do “CAFÉ COM EGRESSOS UNIMAR”, projeto coordenado por ela e organizado por mim

Minha família não é rica, tudo o que meus pais tem foi conquistado com muito trabalho e esforço e devo muito à eles pela pessoa que sou hoje. Todas as horas “de cadeira”, estudando, escrevendo, planejando, valeram muito a pena!

Egressa Catharina Martinez Heinrich Ferrer – Mestre e Doutoranda em Direito pelo PPGD UNIMAR (Programa de Pós-Graduação da Universidade de Marília). Secretaria executiva das revistas Argumentum e Inovação e Conhecimento da UNIMAR. Membro dos grupos de pesquisa Direito e Novas Tecnologias e Estado Democrático de Direito e Direitos Fundamentais – UNIMAR.