Os filmes sempre me acompanham na vida e em algumas das minhas crônicas. Nesse momento da segunda prisão do José Dirceu não poderia ser diferente. Em um trecho do filme Era Uma Vez na América, aliás, o melhor filme sobre a máfia de todos os tempos, há a seguinte fala: “Os vencedores são reconhecidos na largada, os vencedores e os perdedores”.
O Zé Dirceu, é um desses raros vencedores que se vê na largada e que irá se transformar em perdedor na chegada. Líder estudantil famoso e carismático, praticamente o principal líder estudantil em São Paulo e ao lado do Vladimir Palmeira, que era o principal líder estudantil no Rio de Janeiro, deitaram e rolaram em cima da tigrada durante o início do Regime Militar no Brasil.
O MR-8, mais a Ação Nacional Libertadora (ALN), grupos armados da época, protagonizaram o maior golpe contra a Ditadura que foi o sequestro do Embaixador dos EUA.
Realmente Dirceu era um vencedor na largada e tinha tudo para ser o vencedor também na chegada.
Bem, não sou biografo para contar a vida toda de Dirceu, mas foi ele quem modernizou o PT. Era ele o grande sucessor de Lulu na presidência da República, não fosse o Mensalão que acabou com sua carreira política e abalou sonhos de toda a geração de 68.
Agora com mais essa prisão, dessa vez pelo petrolão, acaba também o mito José Dirceu e um dos principais pilares do Partido dos Trabalhadores. Como ele não é o único culpado por tudo, sabe-se lá o que mais vai acabar com as novas prisões nas novas fases da Operação Lava Jato.
No Brasil, são poucos os trabalhadores que por esforço próprio conseguem terminar sua vida como vencedores. Para os que conseguem, fazer com que os filhos tenham uma vida melhor já é uma grande vitória.
Agora, um sujeito que teve milhares de votos para Deputado Federal (inclusive o meu), foi o principal articulador da campanha do Lula, virou Ministro chefe da Casa-Civil e jogar tudo pelo ralo é realmente digno de esquecimento e de nenhuma palavra a mais sobre sua pessoa.
Que mais essa prisão do Dirceu sirva de exemplo para o país investir mais nos vencedores e não mais nos perdedores. Adeus Dirceu e que venham nos vos zés por ai!