O ex-prefeito Vinícius Camarinha divulgou em redes sociais um vídeo com pedido para que a Câmara de Marília “ouça as ruas” e rejeite o projeto de aumento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) encaminhado pelo prefeito Daniel Alonso.
O ex-prefeito diz que o projeto vai para a Câmara “num momento tão difícil” e cita os aumentos de preços nos combustíveis, gás de cozinha e energia. “Num momento em que o povo mais precisa de apoio.”
Vinícius lembrou ainda que a Prefeitura já terá novas fontes de arrecadação como ISS (Imposto Sobre Serviços) nas transações pagas com cartões de crédito e débito, que passam a ser recolhidos para as cidades onde ocorrem o pagamento.
“Peço à Câmara que ouça as ruas, ouça o trabalhador, ouça o assalariado, ouça as domésticas. Não podemos aceitar um aumento de impostos. Peço à Câmara que rejeite o projeto”, diz Vinícius.
O projeto do prefeito Daniel Alonso prevê aumento real de 10% sobre valor venal dos imóveis na cidade, usado para cálculo do IPTU, em 2018 e já autoriza novos aumentos em 2019 e 2020. Nos três anos o aumento chega a 30%.
Além disso, o IPTU deve sofrer os reajustes anuais pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), calculado pela Fundação Getúlio Vargas.
A manifestação do ex-prefeito acompanha natural indignação com aumento de impostos, especialmente pelo momento de retração da economia. O modelo do aumento penaliza com mesmo impacto contribuintes de baixa renda e de classe alta.
Mas o discurso indignado do ex-prefeito ignora alguns fatos históricos. Vinícius assumiu a prefeitura em janeiro de 2013 com um presente do ex-prefeito Ticiano Tofoli que reajustou a planta genérica de toda a cidade e provocou aumento brutal de impostos. Vinícius não pediu a rejeição do projeto e ainda presentou alguns ex-assessores de Toffoli com cargos na administração.
O ex-prefeito também perdeu boas chances de pedir que a Câmara ouvisse as ruas durante sua gestão. Vinícius viu em seu mandato o Legislativo enterrar pedidos para investigar epidemia de dengue com mortes de pacientes, esquecer denúncias de agressão contra moradores, permitir agressão a servidores dentro do plenário durante protesto dos trabalhadores, entre outras situações polêmicas.