Marília

Voluntários pedem à Diocese resgate de projetos com até 40 anos perdidos em Marília

Espaço de celebração montado em casa de família com projeto Cristo Peregrino na zona norte – Arquivo/Reprodução
Espaço de celebração montado em casa de família com projeto Cristo Peregrino na zona norte – Arquivo/Reprodução

Um relatório produzido por paroquianos revelador de um racha e situações polêmicas na paróquia da Sagrada Família, em Marília, aponta à Diocese na cidade a perda de projetos pastorais com mais de 40 anos de tradição, que teria sido perdido com interrupção de acolhimento a enfermos da comunidade.

Retrata serviços que além de atendimento e carinho guarda tradição e memória com afetividade para frequentadores mais antigos.

Para todas as queixas – que incluíam um pedido de troca no comando da paróquia – a Diocese respondeu com orientação para que religiosos, dirigentes e voluntários encontrem harmonia e restabeleçam relações.

O Giro Marília apurou que não houve avanços nesse sentido em relação aos projetos pastorais.

Padre Achiles, nome ainda muito lembrado na paróquia, durante celebração do projeto Cristo Peregrrino na casa de seguidores

Um deles, identificado como ‘Cristo Peregrino’, o projeto é apresentado no relatório como a “missão evangelizadora mais antiga na Sagrada Família”, com quase 35 anos em uma comunidade formada a partir de 1976.

Foi um projeto criado pelo padre Próspero Vecchione, primeiro pároco na Sagrada Família, igreja instalada na esquina da avenida República com a rua Rinópolis, na divisa do bairro Castelo Branco.

“O movimento havia sido criado pelo Pe. Próspero para facilitar o atendimento aos enfermos em suas próprias casas”, aponta o documento dos paroquianos.

O relatório inclui uma queixa de que o acolhimento religioso aos enfermos foi descaracterizado de forma geral, mantido pelo Diácono – paroquiano autorizado a comandar algumas das atividades religiosas – sem acompanhamento do pároco. Pior: sem repasse até para gasolina nas visitas.

Há outra atividade, ainda mais antiga, e que teria sido paralisada com perdas para pessoas em situação de carência: o das Conferências Vicentinas, movimento de leigos dedicados à caridade e iniciativas para a aliviar o sofrimento, em particular de pessoas em vulnerabilidade social e econômica.

O serviços mobiliza voluntários, na maioria das vezes idosos, em encontros e ações de arrecadação e distribuição de alimentos, roupas, remédios e outros produtos. A paróquia era base no projeto. O uso de espaço da igreja chegou a ser vetado.

Não são os únicos perdidos, conforme mostra o documento apresentado ao bispo diocesano Dom Luiz Antonio Cipolini.“Embora sejamos uma comunidade pequena, que se reúne em um único templo, temos em nossa história o protagonismo de nossas pastorais ao serviço da igreja e do povo de Deus”, diz o documento.

A lista cita mais três projetos considerados desativados na carta enviada à Diocese.

Serviço de doações tinha tanto impacto que chegou a ser usado para tentativas de golpes na zona norte

–  Encontro de Casais com Cristo – ECC
Serviço-Escola da Igreja Católica, o Encontro de Casais com Cristo (ECC) está com sua Equipe dirigente incompleta. Já comprometeu o Encontro agendado no calendário diocesano em julho de 2024.

–  Pastoral do Batismo
Diácono encarregado da condução deste sacramento. Têm restado aos agentes de pastoral a realização dos cursos para os poucos batismos hoje realizados na Sagrada Família

– Pastoral Familiar
O Encontro de Mulheres, que a tantas orientou com suas palestras, já não pode mais ser realizado no salão paroquial. O ‘terço nas casas’, promovidos por esta pastoral, teriam sido proibidos. O uso dos espaços foi liberado após a tramitação das queixas na Diocese, mas não há informação sobre novos encontros