Marília

Zuzu Angel e o Brasil de hoje

Zuzu Angel e o Brasil de hoje

Essa semana, durante estudos sobre o Período Militar no Brasil (1964 -1985) passei o filme da estilista Zuzu Angel para que os alunos conhecessem um pouco mais da “página infeliz da nossa história”, como dizia o Chico Buarque na época e no mesmo período com a música Vai Passar.

Inclusive ele, o Chico,  acompanhou de perto a saga dessa mulher para saber do paradeiro do filho Stuart Edgar Angel Jones morto em 1971 na Base Aérea do Galeão R.J. pelos militares.

Vendo e revendo não só esse filme, mais outros como “Pra frente Brasil”, “Carlos Lamarca”, fico me perguntando como podem aqueles que tem mais ou menos a minha idade, que puderam concluir seus estudos após o período militar clamarem pela volta deles.

O filme ‘Pra Frente Brasil’, aliás, chega a mostrar a famosa aula de tortura ministrada por um policial israelense para que os militares brasileiros pudessem descobrir tudo daqueles pobres coitados que estavam sendo torturados nos porões das principais capitais desse país.

O mais triste ainda, é que mesmo comentando sobre o período (Regime Militar) antes do filme e sobre as principais cenas depois do filme, cada vez mais percebe que os alunos estão cada vez menos se interessando pela história do Brasil.

Como pode um povo viver em seu país sem conhecer a sua história. O Brasil para muitos, é um país sem história e quando você não conhece a sua história, com certeza irá cometer erros piores do que aqueles cometidos no passado.

Zuzu Angel teria sido morta em 1976, também por agentes da repressão que já tinham assassinado o seu filho. Em 2014 essa história foi confirmada por “Cláudio Antônio Guerra, ex-agente da repressão que operou como delegado do Departamento de Ordem Política e Social do Espírito Santo (DOPS -ES) relatando a participação dos agentes da repressão na morte de Angel. 

No mesmo ano (2009), o “capitão reformado da Aeronáutica, Álvaro de Oliveira Filho, revelou que o corpo do militante político Stuart Angel Jones, desaparecido durante a ditadura em 1971, teria sido enterrado na pista da Base Aérea de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.”

Fatos históricos como o da família Jones, jamais podem ser esquecidos. O esquecimento em muitos casos, pode trazer a dor e o sofrimento de volta.