Alguns dizem que conhecemos os amigos nas dificuldades, não deixo de concordar, mas eles também se fazem conhecer na alegria.
Esperamos abandono daqueles que nos são caros nos momentos de tristeza, afinal, é nesses momentos que a árvore balança e que só ficam os frutos bons, mas é difícil alguém ficar feliz de verdade participando da sua felicidade.
Geralmente a nossa tristeza traz certa compaixão e a sensação de superioridade de quem se diz, muitas vezes, nosso amigo. A alegria não, a alegria te coloca como superior em determinados momentos. Seu amigo pode está passando por um problemão, angustiado, triste e sua felicidade bater na porta e você não ter como escondê-la.
Não conseguirá esperar seu amigo dá aquela “arribada” para sorrir de orelha a orelha ou ver o mundo todo colorido como um arco-íris.
Momentos ruins e bons não escolhem data certa para chegar para ninguém, e a vida, essa danadinha, é cheia de pregar peças em nós, só para mostrar quem é que manda de verdade.
Daí é que o teste vem, será que aquela pessoa que sempre disse gostar tanto de você, realmente está feliz quando você está num momento bom, casamento indo bem, trabalho trazendo satisfação, vida sexual possante?
Será que aguenta o baque de ver que aquele seu projeto está dando certo e que talvez ele não seja tão solicitado quanto antes?
Sem ser pessimista, algo que considero impossível diante de minha personalidade melancólica, poucas pessoas, pouquíssimas mesmo, ficam felizes com a felicidade alheia.
Tem gente que vai querer dançar valsa quando souber que você conquistou algo, outras pessoas vão desejar dançar só para pisar no seu pé para que não faça bom uso da sua conquista.
É necessário ter ponderamento com as pessoas com as quais dividimos nossas dores e alegrias, parece conselho de facebook ou instagram, mas não é, é vida real.
Com a experiência e idade vamos descobrindo que nem todas as pessoas ficam contentes com a aparente felicidade que demonstram quando nós contamos algo.
Nem todos torcem por nós e pela nossa felicidade, já dizia Renato Russo, tem gente que está do mesmo lado que você, mas deveria está do lado de lá, sábio Renato.
Não gosto de teorias que separam as pessoas em de verdade ou de mentira, companheiro de verdade, companheiro de mentira, amor de verdade, amor de mentira, amigo de verdade, amigo de mentira, existem companheiros, amores e amigos e esses sempre são verdadeiros.
Se houve mentira, não era nada disso.
É tão fácil definir um amigo como é definir o amor, ou seja, não é.
Na dúvida de quem seja o seu amigo ou não, aconselho a se levantar de onde estiver agora, procure um espelho, mire-se, esse que está a sua frente é seu amigo, com ele você terá que conviver até o ultimo suspiro, com suas qualidades, defeitos, perdas, ganhos, tristezas, alegrias. Esse é seu amigo.
As demais pessoas podem ser participações especiais, mais que especiais ou meros coadjuvantes dessa sua história aí, mas quem conta de verdade é você, se for tirar alguém para dançar, na dúvida, leve você mesmo.
Se não tiver dúvida chama seu amigo e vai comemorar, segundo a escritura sagrada, há amigo mais chegado que um irmão, se você tem um, festejem juntos, alegria compartilhada é alegria dividida e, ainda, de acordo com a mesma escritura, quem encontra um amigo, achou um tesouro.
Que a vida te dê pares para valsear por aí, que não pisem em seu pé, mas que girem lindamente contigo ao som do Danúbio Azul ou do seu ritmo favorito.