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Carmita Abdo: Impacto do câncer de mama sobre a sexualidade

Divulgação O sexo pode trazer impacto no tratamento do câncer de mama feminino?
Divulgação O sexo pode trazer impacto no tratamento do câncer de mama feminino?


É conhecido que o tratamento do câncer de mama impacta a vida da mulher de diferentes formas. Mais do que encarar os problemas físicos, ela, na maioria das vezes, precisa lidar com sintomas emocionais. Estudos apontam que a incidência da depressão e ansiedade é três a quatro vezes maior em mulheres que enfrentam o câncer de mama do que na população em geral.

Outro ponto importante é que já o diagnóstico muitas vezes provoca mudança nos relacionamentos da paciente, o que pode comprometer tanto a saúde mental, quanto a vida sexual. No consultório, não é raro ouvir pacientes relatarem como o tratamento do câncer as leva à condições físicas pouco positivas em relação ao sexo. A mulher pode ter baixo desejo, causado pela administração de hormônios, analgésicos ou antidepressivos; apresentar secura e perda da elasticidade da vagina bem como dor na relação, em função de radioterapia, quimioterapia e uso de hormônios. Com isso, acaba evitando o ato sexual ou tornando-o menos frequente.

Em contrapartida, as relações íntimas podem trazer benefícios para o tratamento. O sexo é encarado como um momento de reconforto, de pausa naquela vivência centralizada no câncer. Então, se ela se dispõe a ter relações sexuais, deve buscar ajuda, caso precise aliviar os sintomas incômodos gerados pela doença e pelo tratamento.

Mas nem todos os médicos se sentem confortáveis ou mesmo estão preparados para falar sobre a vida sexual de pacientes com câncer, daí a importância de haver uma equipe multidisciplinar, capaz de garantir apoio à saúde física, mental e sexual da mulher. É fundamental que a paciente e seus familiares tenham em mente que o câncer de mama requer essa abordagem, envolvendo não apenas o oncologista como também o psicólogo, o psiquiatra e o fisioterapeuta, para que trabalhem conjuntamente, buscando oferecer qualidade de vida e chegar a desfechos mais positivos em relação a esse quadro. Ao se sentir apoiada, a mulher apresenta uma evolução significativa em relação ao câncer; o prognóstico é melhor, uma vez que quadros de depressão, ansiedade e sintomas físicos, que impedem tanto o sexo quanto o conforto, de uma forma geral, serão resolvidos.

Fonte: Mulher