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Casamento às cegas: é possível se apaixonar e casar tão rápido?

Reprodução/Netflix Participantes do reallity Casamento às cegas
Reprodução/Netflix Participantes do reallity Casamento às cegas


A 3ª temporada do reality ‘Casamento às Cegas Brasil’ chegou ao fim, e a cada nova temporada as discussões em torno das dinâmicas dos relacionamentos amorosos na sociedade atual acabam virando um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Questões como ‘é possível mesmo se apaixonar às cegas?’ ou ‘é possível se apaixonar e casar em tão pouco tempo?’ sempre acabam surgindo.

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Para o psicólogo, especialista em relacionamentos pela Universidade de Miami (UM), e especialista em Saúde Mental, Alexandre Bez, reality shows ‘matrimoniais’ são essencialmente iguais aos outros realities convencionais.

“A possibilidade de se envolver antecipadamente com uma pessoa desconhecida está ligada ao mecanismo de ‘expectativa fantasiosa’, onde essa é que vai determinar a questão de uma aproximação mais profunda ou não. Quando falamos em encontros às cegas, falamos em expectativas, desejos e vontades”, explica.

No entanto, a principal prerrogativa é a pessoa estar aberta à paixão, ao encontro e a conhecer realmente outra pessoa. “A paixão mesmo, enquanto sentimento, só pode acontecer a partir do momento em que acontece o que chamamos de ‘encontro de almas’, antes disso é só mesmo a fantasia e a expectativa criadas”, pondera.

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“Apaixonar-se por alguém sem que haja o contato visual já previamente estabelecido é inexistente, emocionalmente e sentimentalmente, dentro de um plano psicológico real, precisa haver o contato visual. Caso contrário, a relação será moldada por um delírio, até que esse perca a sua validade mental”, analisa Bez.

Já falando no tempo em que o casal fica junto dentro do reality, após se verem pessoalmente, podemos dizer que para conhecer uma pessoa de verdade mesmo, psicologicamente falando, precisa de décadas. “Mas como é um reality show, não teremos esse tempo. No entanto, havendo o elemento da ‘identificação’ como principal pilar, é possível que um desejo conjugal maior possa surgir e, assim, as pessoas irem se conhecendo aos poucos nesse espaço cronológico (mesmo que restrito), avaliando diariamente se há ou não, possibilidades de a relação ser aprofundada. Porque assim teremos os componentes do raciocínio lógico, contrapondo-se com as aspirações fantasiosas do ‘se encantar’ previamente ao encontro pessoal”, finaliza Alexander Bez.

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Fonte: Mulher