Quem me acompanha nas redes sociais e por aqui sabe que sou fã de carteirinha de Chico Buarque.
É quase, falem mal de mim mas não falem do Chico.
Por uma questão óbvia, Chico Buarque é um patrimônio da cultura brasileira.
Você pode discordar das posições políticas, dizer que ele não é um bom cantor, que sua voz não é avassaladora, no entanto, duvido afirmar que suas composições são ruins ou mal escritas.
Convido você, caro leitor, ouvir composições como Construção, Roda Viva, Trocando em miúdos, Geni e o Zepelim e depois me dizer se esse cara não é genial
Não sei ao certo como comecei amar Chico Buarque, creio que essa relação platônica se deu na escola com as leituras das letras para interpretação de texto, recordo que Mulheres de Atenas mexeu muito comigo e que ali me descobri mais espartana que ateniense.
E é exatamente o que tem nos faltado, interpretação de texto.
Está difícil escrever porque antes a ironia em qualquer colocação ficava subentendida, agora, ironia tem que ser explicada se não a terceira guerra mundial pode ser gerada.
Nunca nos comunicamos tanto e nunca nos desentendemos tanto.
A linguagem sempre foi uma somatória de desentendimentos, no entanto, isso tomou uma proporção maior.
Daí a importância da escuta de cantores/compositores tais quais, o próprio Chico, Caetano, Maria Bethânia, Gil, Gal Costa, entre outros.
Em tempos de ” bumbum tam tam” e ” rabetão”, e aqui não entramos no mérito da importância cultural de uma dada manifestação feito o funk, queremos enfatizar como esses artistas nos fazem transcender nossa vidinha miúda e rotina de todo dia.
Esteja desanimado e ouça ” Maria, Maria” do Milton Nascimento, para fim de relacionamento, Atrás da porta interpretada por Elis.
Começou enamorar-se, ” Faltando um pedaço” do Djavan.
Nossa música brasileira, a famosa MPB, é poesia musicada. Desde a bossa nova, passando pelo rock do Barão Vermelho, Legião, Engenheiros.
Nada contra rebolar o seu bumbum até o chão, para aqueles que possuem ciático e lombar em plena saúde para isso, mas que faz um bem danado ouvir esses artistas que colocaram seu melhor em letra e melodia, ah isso faz.
Você pode e deve ouvir o que bem entende, música não foi feita para fazer cara de esnobe e fingir ser intelectual. Música toca a alma, é para libertar corpo e mente de amarras, soltar as juntas, sensualizar, é manifestação de vida.
Querem goumertizar até o que ouvimos e nos colocar em caixinhas. Afinal quem gosta de tudo não gosta de nada, né?
Errado, quem gosta de música, pode gostar de forma diversificada de acordo com o humor, momento da vida.A música explica nossas dores e nos traz consolo sobre aquilo que um dia foi.
Se me permitem aconselhar,ouçam Chico Buarque e ouçam também aquilo que dá prazer porque se tem uma coisa que outra pessoa não pode e nem tem condições de dizer, é como sua alma toca ou é tocada.
Apenas artistas da estirpe do Chico Buarque se aproximam da nossa alma, nos tiram para dançar , Olhos nos olhos, com Todo sentimento e a possibilidade de Futuros amantes.
Quanto aos demais, tal qual Nietzsche, dizemos que é melhor ser considerado insano do que não poder ouvir a música.
A nossa música.