Em 2020, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, cerca de 25 mil pessoas optaram pela retirada da prótese de silicone, no Brasil. A segunda cirurgia estética mais realizada no Brasil é a de implante de silicone nas mamas, representando uma média de 200 mil procedimentos por ano. Segundo os dados da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), entre os anos de 2016 e 2020, as cirurgias para a retirada de próteses aumentaram em 33%.
No Brasil, apenas em 2020, cerca de 25 mil pessoas optaram pela retirada do silicone, conforme informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Médicos, cirurgiões plásticos, respondem às principais dúvidas sobre quando é necessário retirar a prótese:
O Dr. Regis Milani, cirurgião plástico Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explica que as próteses não precisam mais ser trocadas a cada 10 anos.
“As próteses mais antigas fabricadas nas décadas de 60 e 70 e início dos anos 80 eram preenchidas de silicone líquido. E os próprios fabricantes da época estabeleciam um prazo médio de validade e sugeriam a necessidade de troca dos implantes num prazo que variava de 10 a 15 anos, dependendo da marca. Mas, as próteses evoluíram muito desde então, e já há algumas décadas elas são preenchidas com gel de silicone de alta coesão e suas cápsulas externas são muito mais resistentes. Não existindo mais a indicação formal de troca devido a idade dos implantes”.
No entanto, mesmo com a alta qualidade das próteses e as melhores técnicas de cirurgia, ainda existirão situações em que será necessário fazer a troca dos implantes.
O cirurgião Regis Milani afirma que uma das causas mais frequentes é a contratura capsular.
“Ao redor dos implantes, vai sendo depositado, de forma lenta e gradativa, uma cápsula de colágeno. Essa cápsula, ao longo dos anos, vai se tornando cada vez mais espessa e rígida, podendo causar distorções na forma e até mesmo dores nas mamas. Quando a contratura atinge esses níveis se faz necessário a retirada dessas cápsulas de colágeno e a troca das próteses. Estima-se que 4% das próteses, durante um período de 10 anos, vão desenvolver algum grau de contratura”, orienta Dr Regis Milani.
Para Regis Milani a ruptura da prótese pode ser um motivo para retirada.
“A ruptura do implante, apesar de ser muito incomum e rara, é uma das situações que irão exigir a troca ou retirada das próteses. Atualmente, o silicone que preenche as próteses é um gel bem coeso, portanto, quando ocorre a rotura da cápsula externa da prótese, ele não irá extravasar para o organismo”, explica o cirurgião.
O Dr. Regis Milani afirma que a prótese pode ser trocada ou retirada por fins estéticos. Por exemplo:
– Próteses mal posicionadas, muito mediatizadas ou muito lateralizadas.
– Quando a mulher não se identifica mais com o volume dos implantes, que podem parecer muito pequenos ou muito grandes para o novo momento da paciente.
– Em casos de flacidez das mamas, que são comuns quando a mulher sofre o efeito sanfona ou depois da gestação ou amamentação.
“Pode ser indicado uma cirurgia chamada mastopexia ou lifting das mamas. E nesse momento acaba sendo indicado a troca dos implantes”- comentou Regis Milani.
Outros entrevistado foi o professor de cirurgia plástica Ricardo Cavalcanti e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery e ele explicou que “Quando ocorre o rippling (ondulações que ficam em evidência) em implantes de silicone, nem sempre é necessário retirar a prótese, afinal é uma complicação comum em implantes mamários e pode ocorrer devido a fatores como a espessura do tecido mamário, a posição do implante ou o tipo de implante utilizado. Se por ventura o rippling estiver causando desconforto estético ou físico significativo, pode ser recomendada a remoção ou a substituição dos implantes, no entanto, cada caso é único, e é importante consultar um cirurgião plástico para avaliar a necessidade de intervenção.
Ricardo Cavalcanti acrescenta que as ondulações se tornam evidentes em pacientes que emagreceram muito”.
Cavalcanti acredita que a mudança de plano (para submaxilar) pode melhorar o efeito invejável ou ainda enxerto de gordura poderá aumentar a espessura dos tecidos.
Podemos dizer que a ” doença do silicone” é um termo geralmente utilizado para se referir a um conjunto de sintomas que algumas pessoas relatam após a colocação de implantes de silicone e estes sintomas podem incluir fadiga, dores musculares e articulares, problemas de memória e concentração, entre outros. No entanto, não há consenso médico sobre a existência de uma condição específica chamada “doença do silicone”. Alguns estudos sugerem que os sintomas podem ser causados por outros fatores, como doenças autoimunes ou problemas psicológicos. A decisão de remover os implantes nesses casos é individual e deve ser discutida com um médico especializado. Vale ressaltar que a doença do silicone é um tema controverso e a remoção dos implantes não garante a remissão dos sintomas, ressaltou o Prof Ricardo Cavalcanti.
O cirurgião plástico Ricardo Cavalcanti, que também é chefe da divisão de cirurgia plástica da UNIRIO acredita que a decisão de retirar o silicone por causa de novos padrões de beleza, como mulheres com seios naturais, é uma escolha pessoal.
“A tendência de padrões de beleza pode influenciar as preferências individuais, mas a decisão de remover os implantes deve ser baseada nas necessidades e desejos de cada pessoa. Algumas mulheres podem optar por remover os implantes para atingir uma aparência mais natural, enquanto outras podem preferir mantê-los. É importante lembrar que cada pessoa tem sua própria definição de beleza e que não existe uma resposta certa ou errada nessa questão”, explicou Ricardo Cavalcanti.
Ricardo Cavalcanti finaliza que ” a retirada do silicone para a amamentação não é necessária na maioria dos casos, pois é possível mesmo com implantes,a colocação dos implantes geralmente é feita por meio de incisões nas dobras naturais das mamas, preservando a integridade da glândula mamária e dos ductos lactíferos. No entanto, é importante discutir essa questão com um cirurgião plástico antes de realizar a cirurgia de aumento mamário, pois ele poderá fornecer orientações específicas com base na sua situação individual”.
Fonte: Mulher