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Depois dos cuidados com a pele e o cabelo, chegou a vez do sexual care

Cliff Booth Depois dos cuidados com a pele e o cabelo, chegou a vez do sexual care
Cliff Booth Depois dos cuidados com a pele e o cabelo, chegou a vez do sexual care


Depois da febre do skincare e do haircare, agora é o autocuidado com a saúde e o bem-estar íntimo que tem ganhado força. Mas muito além do sexo propriamente dito, o “sexual care” ou “sexual wellness” prioriza o autoconhecimento e tem como objetivo desmistificar todo o tabu em torno do prazer e da sexualidade feminina.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconhece a sexualidade como um dos pilares de uma vida plena e saudável. “O cuidado com a vida sexual, se permitindo sentir prazer, se conhecer e se sentir desejável e, principalmente, desejante, tendo voz ativa em suas práticas sexuais, tem se estabelecido como uma nova tendência na busca de uma melhor qualidade de vida”, afirma a ginecologista e sexóloga Mariana Lyrio.

É com essa premissa que muitas marcas têm lançado seus próprios produtos mirando o autocuidado íntimo. A gente vê não só sex toys e lubrificantes, mas também sabonetes, hidratantes, óleos calmantes e até perfumes, que podem ser usados nos momentos a sós ou em companhia.

Recentemente, a Quem Disse Berenice fez sua estreia na categoria de prazer feminino, com a linha Prazer, Berê, composta por loção hidratante, gel e óleo corporal, além de sabonete para a região. A Gillette Vênus fez o mesmo, com uma linha especial que inclui, além de novos aparelhos para depilação, sabonete e esfoliante para a área íntima.

Também existem marcas já conhecidas neste mercado, como a Feel, Pantynova, INTT e Magix — da ginecologista e influenciadora Marcela McGowan, famosa pela participação no BBB 20. Mas por que esse movimento tem ganhado cada vez mais adeptas?

“Nos últimos anos, e, principalmente, durante e após a pandemia de COVID-19, estamos estabelecendo um conceito mais amplo de autocuidado e de desacelerar para cuidar da saúde física e mental. Estamos entendendo, como sociedade, que o ritmo ao qual estamos imersos nas grandes cidades, ligado no 220v, nos adoece e nos faz viver no automático, perdendo momentos importantes”, avalia Mariana.

Para ela, essa nova forma de pensar também estimulou a preocupação com a própria sexualidade. “Além disso, tivemos muitos avanços no sentido de empoderar mulheres que hoje se sentem mais seguras para falar sobre como gostam de viver suas vidas íntimas, fazendo com que temas como orgasmo, masturbação e o uso de sex toys deixem de ser tabus e passem a ser inseridos nas conversas com as amigas”, completa a médica.

Celebridades apoiam a causa

Figuras públicas, como a atriz Gwyneth Paltrow – dona da Goopsex, plataforma que promove conteúdos sobre sexualidade, já se renderam a essa tendência. No Brasil, a sexóloga Laura Muller — conhecida do público por tirar dúvidas sobre sexo da plateia do programa Altas Horas, de Serginho Groissman —, cedeu aos pedidos dos fãs e lançou uma linha de produtos eróticos em parceria com a INTT Cosméticos.

A cantora Anitta foi outra celebridade a se jogar nesse universo. Chamado de Puzzy by Anitta , o perfume íntimo da cantora, desenvolvido pela farmacêutica Cimed, gerou debates sobre a saúde da flora vaginal, quando foi anunciado em 2022. No mês passado, foi a vez da Kalya Cosmética Sensorial anunciar o lançamento do Pussycat — que promete ser o primeiro perfume “beijável”, com aroma de morango e sem álcool.

Atualmente, o mercado de produtos voltados para o prazer sexual movimenta cerca de R$ 2 bilhões por ano no país, segundo a Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme). No e-commerce, plataformas conhecidas por reunir produtos do segmento de beleza e perfumaria, como a Época Cosméticos e o Beleza na Web, ampliaram seu portfólio e passaram a incluir uma categoria destinada exclusivamente ao sexual care .

Como aderir ao sexual care

O mercado acompanhou o renascimento da sexualidade feminina e encheu as prateleiras de cosméticos para o cuidado íntimo, reforça a ginecologista Mariana Lyrio, que alerta: “Infelizmente, a maioria deles não é testado e pode provocar irritações, alergias ou até mesmo infecções por perda do equilíbrio do ambiente vulvovaginal. Por isso, o melhor é discutir o uso com sua médica ginecologista”.

O que pode e não pode usar

“Sobre os sabonetes íntimos, realmente ainda não temos consenso sobre seu uso, mas caso a mulher deseje usar, ela deve atestar que ele seja hipoalergênico e tenha um pH próximo ao pH vaginal, que é ácido. Não podemos esquecer também que o canal vaginal não necessita de limpeza, então a lavagem deve ser feita entre 1-2x por dia apenas na vulva, que é a parte externa da genitália”, recomenda Mariana.

Outras dicas que podem ajudar bastante na saúde íntima, segundo a médica, são dormir sem calcinha e evitar o uso de roupas justas, como calças apertadas. O uso de protetores diários também não é recomendado, já que pode abafar a região e predispor a infecções.

Fonte: Mulher