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Dia da Higiene Menstrual: 4 sinais de que a saúde íntima não vai bem

Divulgação Maio também celebra o mês da visibilidade menstrual
Divulgação Maio também celebra o mês da visibilidade menstrual


Poucas pessoas sabem, mas além do Dia das Mães, maio também celebra o mês da visibilidade menstrual: um movimento mundial concebido para trazer à tona o tema considerado tabu e que ainda limita a vida de muitas jovens e mulheres.

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A data busca a divulgação e defesa da saúde menstrual sob diversos aspectos, entre eles, visa chamar atenção a possíveis sintomas que podem indicar doenças e precisam de atenção. A obstetriz Mariana Betioli, especialista em saúde íntima, lista alguns sinais e cuidados essenciais diários que devem ser levados em conta.

Mudanças na Menstruação

“Partindo do princípio de que cada organismo funciona de forma única, não há apenas uma resposta certa quando se fala em fluxo menstrual, ele depende de alguns fatores como a genética, questões ambientais, faixa-etária, uso de remédios, etc”, diz a especialista. Mariana explica, porém, que quando há alteração no fluxo menstrual, é preciso acompanhar essa mudança e entender afundo o que proporcionou essa variação.

Segundo ela, uma menstruação saudável dura de 2 a 8 dias e vem em um intervalo entre 21 e 35 dias. Já sobre a cor, a especialista destaca que o vermelho vivo é considerado como natural da menstruação, mas que tons mais escuros semelhantes ao marrom podem ocorrer em dias de menor fluxo. “Um volume de até 160ml por ciclo é considerado normal, mais do que isso, pode ser um indicativo de doença ou da presença de um mioma ou endometriose. O coletor funciona muito bem para quantificar a menstruação, alguns modelos até vem com marcador de ml e ajudam quem menstrua a ter uma ideia mais precisa do seu volume”, pontua.

Odores diferentes

Segundo a especialista, a menstruação não tem cheiro ruim. O que provoca o cheiro que muita gente considera como característico da menstruação é o fato de os materiais plásticos dos absorventes descartáveis impedirem a circulação de ar na região, o que favorece a proliferação de bactérias e fungos e o aceleramento do processo de decomposição do fluido. Há casos em que o odor fica mais forte e chega a se assemelhar com cheiro de peixe, quando é preciso ligar o sinal de alerta. “Odores fortes demais não são normais, tanto no período menstrual, quando fora dele. Um odor diferente pode indicar uma infecção bacteriana, por exemplo, que normalmente vem seguida de outros sintomas como coceira, ardência e vermelhidão na região”, explica.

Para quem se incomoda com o odor natural do período menstrual, Mariana aconselha o uso de itens de higiene menstrual como o coletor ou disco, que podem melhorar esse sintoma, já que não deixam o sangue diretamente exposto; calcinhas absorventes feitas em tecidos tecnológicos antimicrobianos também minimizam o problema, já que drenam o sangue para as camadas interiores, deixando a camada exterior seca.

Febre

A febre, por si só não é um sinal de que há algo errado com a saúde íntima, porém, segundo a especialista, combinada a alguns sintomas como dores no baixo ventre, baixa pressão arterial, diarreia e dores musculares, pode indicar uma condição conhecida Síndrome do Choque Tóxico. “A síndrome é o resultado de uma infecção séria que está associada ao uso do absorvente interno. As bactérias ficam em contato com os materiais do absorvente e com o sangue e podem se multiplicar muito, causando uma infecção generalizada que pode levar inclusive à morte”, alerta.

“Embora seja rara, a síndrome existe e pode acontecer a qualquer momento. O uso de absorventes internos requer atenção, vale a lembrança para que as mulheres sigam as recomendações corretas de uso”, explica a obstetriz que indica a troca do absorvente a cada 4 horas.

Cólicas ou dores pélvicas agudas

Sentir dor aguda não é normal em nenhuma condição, seja durante o sexo, quando vai ao banheiro, no período menstrual ou de forma isolada. “Dor na região pélvica também pode indicar algum problema. O sintoma pode ser isolado e não necessariamente estar associado a coceiras, secreções ou odores e mesmo assim indicar uma patologia como endometriose, mioma, adenomiose”. Ainda segundo Mariana, muitas mulheres sofrem anos com dor por não saber que esse não é um sintoma comum do período menstrual. “Uma cólica leve é normal, mas se pessoa sente dores fortes que não desaparecem com analgésicos ou impedem que ela faça as atividades do dia a dia, é importante investigar”, conclui.

Não só na data, mas ao longo de todo ano a saúde íntima da mulher deve ser um ponto constante de atenção. Segundo a CEO da Inciclo, é preciso se conhecer e entender o funcionamento de seu próprio corpo, entender com a ajuda de um especialista quais são os parâmetros normais, únicos de cada mulher, e, a qualquer sinal de alteração, buscar ajuda.

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“As mulheres estão acostumadas a achar que o sofrimento faz parte da menstruação e acabam negligenciando sintomas importantes, o que atrasa muito no diagnóstico de certas condições. Menstruar é um evento fisiológico, natural e quando traz desconfortos, pode indicar problemas sérios de saúde”, finaliza.

Fonte: Mulher