Mãe de dois adolescentes, Vitor, de 15 anos, e Valentina, de 12, a educadora física Verônica Motta descobriu que estava com diástase abdominal após a segunda gestação, apesar de hoje saber que também passou por isso na primeira. Mas foi justamente na segunda gravidez que sentiu os sintomas com mais intensidade: dores nas costas, distensão abdominal e incontinência urinária.
Depois de passar por consultas médicas, Verônica começou a pesquisar e a se aprofundar mais sobre o tema. Hoje, como personal trainer, ela ajuda outras mulheres que sofrem com a mesma condição. Especialista em “barriga negativa” e em diástase abdominal, ficou conhecida nas redes sociais como Vevefit. Por lá, ela compartilha dicas de treino com as suas mais de 880 mil seguidoras.
O que é a diástase abdominal?
A diástase é a separação dos músculos do reto abdominal e acontece pelo aumento do volume do abdômen, seja por gestação ou por sobrepeso e obesidade. Também pode acontecer em pessoas que treinam com grande impacto ou altas cargas, uma vez que isso aumenta a pressão intra-abdominal, provocando o afastamento dos músculos.
Além disso, a diástase abdominal também pode ocorrer em bebês prematuros. Isso porque seus músculos abdominais não estão totalmente desenvolvidos. Mas o problema costuma se corrigir espontaneamente com o tempo, conforme a criança cresce.
“Para as mulheres que pretendem engravidar, não existe nada que ela faça que evite a diástase nesse período. Nestes casos, a diástase é fisiológica. Ela precisa acontecer para que o bebê se desenvolva e cresça dentro da barriga da mãe”, afirma Vevefit, que também é fundadora de dois cursos para capacitar profissionais da saúde sobre o tema.
“Agora, as pessoas que não têm pretensão de engravidar, para que evitem a diástase, elas precisam ter o chamado ‘transverso abdominal’ treinado, que é o músculo mais profundo do nosso abdômen, responsável por proteger os órgãos internos e a coluna”, completa ela.
E como reverter o quadro?
Para quem já sofre com o quadro, é possível revertê-lo de duas maneiras: por cirurgia ou exercícios físicos específicos, que são mais comuns na grande maioria dos casos. Vevefit cita exemplos: “Um deles é o hipopressivo, que é a famosa barriga negativa, e o outro a gente chama de RAP (respiração com ativação profunda)”.
Ela explica: “A gente vai fazer com que a respiração jogue a nosso favor nos momentos em que a gente faz um esforço. Então, imagina assim: toda vez que você fizer um esforço, o músculo está ali para te proteger. Quando você tossir ou então fizer exercícios físicos, por exemplo, a barriga não vai dilatar”.
“Por meio de massagem ou alimentação, não é possível”, afirma a educadora física. “A paciente pode mudar completamente sua alimentação, emagrecer, fazer massagem, fazer abdominal convencional que não vai conseguir reabilitar a musculatura. O que a gente precisa é devolver a tensão para essa região, e isso só acontece por meio de cirurgia ou exercícios físicos”.
E no dia a dia?
Além de exercícios físicos, para quem quiser evitar desconfortos estéticos na região abdominal, a dica da especialista é manter uma boa postura e prestar atenção na própria respiração, para evitar que a barriga fique “frouxa”.
“Outro alerta é para que as mulheres parem de uma vez por todas de usar cinta modeladora, achando que vai ajudar na postura ou então a perder barriga. Isso não acontece, a cinta vai fazer o trabalho que o nosso próprio músculo, o transverso abdominal, deveria fazer”, finaliza a personal trainer.
Fonte: Mulher