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Empresária de primeira viagem cria gigante das colônias

Divulgação Anna Beatriz Londres começou seu. negócio na sala de casa
Divulgação Anna Beatriz Londres começou seu. negócio na sala de casa


Ela sempre gostou de perfumes e colônias e foi por gostar bastante de fragâncias e de ser uma alquimista por misturar diferentes tipos de aromas que Anna Beatriz Londres viu nesse nicho uma forma de empreender. Com os filhos crescendo, ela apostou em criar uma colônia que transmitisse tudo que ela gostava de sentir e foi no lavabo de sua casa, no Jardim Botânico, bairro do Rio de Janeiro, que nasceu em meados dos anos 2000 a Be. Colônias., uma das principais marcas autorais no Brasil. Em conversa com o iG Delas, Anna Beatriz revela sua trajetória. Hoje, os filhos estão no comando da operação, mas os frescos aromas da Be.Colônias ainda têm a sua assinatura. São colônias feitas para o dia a dia, o dia todo, como eles gostam de definir a marca. Confira!

iG Delas: Como foi o início da Be.Colônias?

Anna Beatriz Londres : A Be. começou como uma busca por independência. Na época eu era 100% dedicada à familia. Quando meus filhos já estavam maiores, me vi com mais tempo livre. Nesse momento comecei a buscar alguma forma de ficar mais independente. Foi quando uma amiga me deu um empurrãozinho: “Não sabe bem o que fazer? Faça qualquer coisa. Começa a fazer bolos, talvez…”. Fiquei pensando naquilo e achei que bolos não eram muito a minha praia. Achava que ficaria com cheiro de manteiga o tempo todo e isso não me agradava muito. Foi aí que veio o estalo: Vou fazer perfumes! Já pensava como fazia falta uma colônia fresca e de boa qualidade no mercado. E eu já não era tão estranha a esse universo das fragrâncias; meus pais e avós sempre foram muito perfumados. Eu mesma costumava misturar umas essências em casa para passar nos meus filhos, que eram conhecidos como as crianças mais cheirosas do colégio.

Pedi ajuda à minha tia, que trabalhou como Química a vida inteira. Com o auxílio dela criei a primeira colônia, o Be. Verde. Depois disso, com a indicação de algumas amigas, uma bolsinha com esse novo produto em mãos e muita paciência e coragem, comecei a bater nas portas das perfumarias aqui do Rio até conseguir vender as minhas primeiras colônias. Aí as coisas começaram a fluir e, hoje, estamos aqui, 20 anos depois.

Quais os principais desafios?

Começar uma empresa no Brasil, do zero, não é moleza. São muitos os desafios e parece que tudo age contra você. Desde impostos e taxas escandalosamente altas, até exigências complicadas de fornecedores, como quantidades mínimas altíssimas e burocracias infinitas. Foi preciso muita persistência e apoio das pessoas próximas. Além de alguns fornecedores que resolveram apostar naquela nova empreendedora com seu produto “fresquinho”. Sou muito grata por esse incentivo inicial, tanto que alguns deles seguem comigo até hoje.

De que forma se deu o crescimento da empresa?

Com o aumento da procura pelos produtos nos pontos de venda foi preciso encontrar uma forma de aumentar e profissionalizar a empresa. Mais ou menos em 2004/2005 comecei a procurar uma fábrica onde fosse possível terceirizar a crescente produção das colônias. Antes disso eu fazia tudo sozinha em casa. Já tinha alguma ajuda para as questões administrativas, mas eu cuidava da produção integralmente. Tivemos que contratar mais funcionários para dar conta da nova demanda e mudamos o escritório da casa da minha mãe para uma casinha em Botafogo.

Outro ponto importante para esse amadurecimento da empresa o certificado da ANVISA, que me ajudaria a aumentar o interesse dos pontos de venda nas colônias. E isso tambem era possibilitado pela fábrica terceirizada, que já tinha o caminho para conseguir esse selo.

Com a produção terceirizada tambem foi possível começar a pensar em novas colônias. Foi aí que surgiram o Be. Azul, nosso campeão de venda, e o Be. Laranja. Junto com o Be. Verde, essas 3 são as queridinhas do nosso público.

Você já era empreendedora ou começou do zero?

Comecei sozinha e do zero! Pedi um empréstimo de R$ 500,00 para a minha avó e fui para a Rua da Alfândega (região de comercio popular no Rio) procurar matéria-prima para produzir as primeiras versões do Be. Verde. No começo, eu fazia tudo na sala de casa. As colônias eram filtradas com filtro de café… Rs… Tinham sempre beckers, pipetas e tubos de ensaio em cima da mesa de jantar. Meus filhos brincavam que o Bill Gates tinha começado na garagem de casa, mas eu já estava à frente dele porque estava começando na sala.

E da sala de casa, hoje temos nossos produtos na maior parte das regiões do Brasil. Inclusive, dos meus 3 filhos, dois deles hoje trabalham comigo. O Luiz Roberto cuida de toda a parte administrativa financeira e o Luiz Fernando toca a parte Comercial e o Marketing. Nós três temos uma ótima sinergia. No início foi meio complicado, mas depois de bastante terapia em família posso dizer que estamos no nosso melhor momento. Confio totalmente neles!

Quais os projetos para o futuro da marca?

Ainda esse ano vamos lançar a linha Be. para casa. Serão 2 aromatizadores de ambiente que tem a cara da Be., bem fresquinhos e confortáveis! Já estamos na fase final de testes e os produtos chegam ao mercado para o Natal.

Outro projeto nosso é expandir os pontos de venda pelo Brasil. No momento estamos em busca de novos pontos de venda na região Norte e Nordeste. Queremos ser referência no segmento de colônias e aromas no Brasil para futuramente, quem sabe, começar a exportar nossos perfumes mundo à fora!

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Fonte: Mulher