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Endometriose: como diagnosticar a doença que afeta várias famosas

Divulgação Patrícia Poeta, Larissa Manoela e Anitta já falaram sobre ter endometriose
Divulgação Patrícia Poeta, Larissa Manoela e Anitta já falaram sobre ter endometriose
 

A endometriose é uma doença silenciosa, o que a torna ainda mais perigosa. Ela age nas células do tecido que reveste o útero (endométrio). E, ao invés das células serem expulsas durante a menstruação, que seria o normal, elas se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar.

A apresentadora Patrícia Poeta foi diagnosticada com a doença e relatou sofrer com muitas dores. Além dela, a atriz Larissa Manoela também já falou sobre o diagnóstico positivo nas redes sociais e a cantora Anitta já até se submeteu à uma cirurgia para tratar o problema.

Dores durante as relações sexuais, sangramento intestinais e urinários, cólicas menstruais de forte intensidade e dificuldade de engravidar são alguns dos sintomas da endometriose.

O último informe do Ministério da Saúde sobre o tema, mostra que uma em cada 10 mulheres no Brasil sofre com os sintomas da doença. Outro dado do mesmo órgão aponta que a endometriose afeta de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva, podendo se manifestar desde a primeira menstruação até a menopausa.

Para auxiliar no diagnóstico da doença, a ressonância magnética da pelve e a ultrassonografia direcionada para a endometriose são os exames mais pedidos.

Segundo Augusto Villela Pedras, especialista em Medicina Nuclear da Clínica Villela Pedras, os exames são muito completos, avaliam a bexiga, óstios ureterais e terços distais dos ureteres, ligamentos redondos, espaço vesico-uterino, útero, endométrio, colo, vagina, uretra, os ovários, região anexial, espaço retrocervical, espaço reto-vaginal e as paredes do canal anal e retal.

“Cada vez mais a ultrassom vem conquistando espaço, por ser um exame menos claustrofóbico, com sensibilidade e especificidade igual a ressonância, além de ser um exame dinâmico, podendo avaliar melhor a região retro cervical (local mais comum da endometriose), bem como avaliar aderências de forma mais eficaz”, explica o especialista.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), 57% das pacientes com a doença sofrem com dores crônicas; e em 30% dos casos há infertilidade, daí a importância de realizar consultas regulares com ginecologista.

Além disto, negligenciar a doença pode resultar no aparecimento de outras complicações que podem ser evitadas se tratadas adequadamente.

Segundo o ginecologista Guilherme Santos, da Clínica Les Peaux, existem várias teorias para justificar o inicio e persistência da doenca, mas nada comprovado cientificamente ainda. “O que sabemos é que a endometriose é uma doença inflamatória e multifatorial e com isso, fatores como sedentarismo, estresse, emocional, má alimentação e fatores genéticos, todos em conjunto, podem estar relacionados com aparecimento da endometriose e com a intensidade dos sintomas”, explica o ginecologista.

Ainda segundo Guilherme Santos, vários tratamentos são propostos e isso depende de cada caso individualizado. “Algumas pacientes controlam bem a endometriose quando melhoram os fatores relacionados ao estresse e ao sedentarismo: melhor alimentação, controle de stress, melhor regulação de sono, pratica de atividade física e hábitos de vida mais saudáveis, sem a necessidade de outros tratamentos medicamentosos”, explica o médico.

Já outras pacientes vão precisar da utilização de hormonios, seja por pílula oral ou DIU hormonal para controle da doença.

“Algumas medicações, principlamente progesteronas com efeito anti-inflamatório, como o dienogest, são fortes aliados no tratamento de endometriose. Por fim, alguns casos são cirurgicos e precisam de uma melhor avaliação do médico ginecologista. As cirurgias geralmente são por videolaparoscopia e tem o objetivo de retirar cicatrizes e focos de endometriose espalhados”, finaliza o ginecologista.

Fonte: Mulher