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Hip dips: saiba o que são e por que você não deveria se incomodar

Reprodução/Youtube Hip dips: saiba o que são e por que você não deveria se incomodar
Reprodução/Youtube Hip dips: saiba o que são e por que você não deveria se incomodar


Você provavelmente já se sentiu insegura com alguma característica do seu corpo depois de ligar a TV ou acessar as redes sociais. No linguajar popular, o corpo da mulher “gostosa” ganhou até uma expressão própria: o chamado “corpão violão”, uma silhueta que, na teoria, lembra o instrumento — seios avantajados, cintura fina e bumbum redondinho.

Até chegarmos aos dias de hoje, o “corpo feminino ideal” passou por inúmeras transformações, atreladas, principalmente, à sua época, mas sempre cruéis. É que essa busca incansável por um padrão de beleza ignora características individuais de cada corpo, como biotipo, metabolismo e a própria genética, além de poder levar à dismorfia corporal e a transtornos alimentares.

Com o surgimento e a popularidade do movimento “Body Positive” nos últimos anos, muitas internautas passaram a utilizar o termo “hip dips” ou “violin hips” (“mergulhos do quadril” ou “quadril de violino”, em tradução livre) para falar sobre uma característica que, para algumas, pode ser incômoda. Trata-se do afundamento das laterais dos quadris. Cientificamente, essas covinhas são chamadas de “depressões trocantéricas”.

Do ponto de vista ortopédico, os hip dips não apresentam nenhum risco à saúde. O incômodo é apenas estético. “Algumas pessoas acumulam menos gordura nas depressões trocantéricas, e isso dá uma aparência mais marcada. Outra causa também pode ser a forma com que os músculos se distribuem ao redor do quadril”, explica o médico ortopedista Alexandre Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia.

De acordo com ele, a presença dessas pequenas “imperfeições” pode variar de pessoa para pessoa, a depender de fatores como largura dos quadris, formato do osso do quadril e quantidade de tecido adiposo muscular na região. Receberam esse nome por ficarem próximas à extremidade do fêmur, trocanter, e são mais comuns em mulheres.

Além do fator genético, as depressões trocantéricas também podem surgir em pessoas que treinam glúteos e coxas com bastante intensidade e sem equilíbrio entre as regiões. “Você precisa fortalecer o glúteo e, para isso acontecer, deverá incluir, além dos exercícios multiarticulares (como agachamento livre, leg press, afundo etc), exercícios auxiliares com abdução de quadril, que tem maior ativação do glúteo médio, isto é, a parte do bumbum que dá sustentação”, comenta a personal trainer e nutricionista Aline Becker.

E como corrigir?

O conceito de beleza é algo subjetivo. Por isso, trabalhar a autoestima pode ser o primeiro passo para lidar com algumas frustrações. “A busca incessante pelo padrão de beleza gera prejuízos à saúde mental, começando pela comparação e passando para a baixa autoestima e a insegurança. Esses sentimentos podem provocar ansiedade, depressão, transtornos alimentares, compulsões, vícios e até dependência”, pontua a psicóloga Larissa Fonseca.

Ela lista três orientações que podem ajudar a exercitar a autoestima:

  • Pare de se comparar com os outros: Quando estiver se comparando, lembre-se que cada um tem seus defeitos e qualidades. Diga mentalmente: essa pessoa tem tal qualidade e eu tenho outra;
  • Valorize as suas conquistas: Pode parecer estranho, mas se olhe no espelho e diga a você mesma: ‘Parabéns! Você conseguiu passar na prova, praticar atividades físicas, seguir uma alimentação saudável (e quaisquer outras metas a serem atingidas)’;
  • Converse com pessoas próximas: Que tal perguntar para os amigos quais qualidades eles notam em você?

Treinos

O Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas em todo o mundo, atrás somente dos Estados Unidos, revelam dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês). Mas o bisturi nem sempre é a única solução.

Como já mencionado, atividades físicas intensas, com alta queima de gordura corporal, podem acentuar os hip dips, e por isso, é importante trabalhar com a mesma intensidade que se trabalha glúteos e coxas as laterais dos glúteos.

A personal trainer cita alguns exercícios que podem ajudar a tonificar a região; veja abaixo. Mas, antes de mais nada, vale destacar que os resultados podem levar tempo e que, além da prática de exercícios físicos, é preciso manter uma dieta equilibrada e hábitos saudáveis.


Cirurgia plástica

Mas a correção mais assertiva continua sendo a lipoenxertia, que é o preenchimento da região com gordura do próprio paciente. “O procedimento é determinado pela retirada da gordura de uma parte específica do corpo, com a inserção da mesma gordura na lateral glútea. O bumbum ganhará forma, com mais firmeza e volume. A gordura é retirada do abdome, cintura ou costas”, esclarece o cirurgião plástico André Eyler.

“É válido ressaltar que a correção da depressão trocantérica com implante de próteses de silicone não é recomendada, pois não é direcionada para a correção do desnível na lateral glútea. O local da prótese nos glúteos é único e intransponível. Não se pode colocar a prótese na lateral glútea, ou onde desejar de maneira aleatória”, completa o médico.

Não há nada de errado em se incomodar com alguma característica do próprio corpo, mas há algumas situações em que isso deixa de ser saudável e se torna um ponto de atenção. “Estabelecer limites é algo difícil para um indivíduo fazer sozinho. Quando alguma coisa está realmente desconfortável e incomodando constantemente, talvez seja o momento para buscar um psicólogo”, finaliza a psicóloga Larissa.

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Fonte: Mulher