Mulher

Microbioma vaginal e vacina contra o vírus HPV previnem doenças

FreePik A região íntima e o envelhecimento natural da pele
FreePik A região íntima e o envelhecimento natural da pele
 

Um corrimento vaginal frequente, candidíase, vaginose ou até uma lesão na vagina podem evoluir para algo sério, como um câncer ginecológico. Atualmente, além da vacina contra o HPV, o novo exame que avalia o microbioma vaginal é um importante aliado na busca pela saúde intima feminina.

De acordo com a dra. Adriana Campaner, consultora do Lâmina, que faz parte da Dasa, o microbioma vaginal é a população de micro-organismos que vive na vagina, formada, principalmente, por lactobacilos (consideradas bactérias boas), que produzem ácido láctico para defender a região de infecções. Porém, algumas mulheres podem ter micro-organismos que prejudicam sua imunidade, causando corrimentos, infecções e outras doenças que possibilitam uma predisposição ao câncer na região.

“Esse exame realiza um mapeamento de todos os micro-organismos bacterianos e fúngicos presentes na flora vaginal da mulher. Ele é feito por meio do sequenciamento de genes, bactérias e fungos e fornece os tipos de micro-organismos presentes e suas porcentagens”, explica a médica.

Com o resultado desse exame, o ginecologista terá um direcionamento sobre o que pode estar causando o problema ou até mesmo descobrir, de maneira precoce, condições que podem ser influenciadas por essas quantidades de bactérias e fungos no organismo.

Exame de microbioma vaginal é feito apenas mediante indicação do ginecologista

Apesar de ser uma avaliação muito útil para entender a flora vaginal, o exame de microbioma vaginal é indicado apenas para pesquisa de fertilidade, análise de alguma condição, como um corrimento com características anormais ou de repetição, candidíase recorrente ou uma suspeita do ginecologista que precise ser analisada. Por isso, ele não faz parte dos exames de rotina femininos, como o Papanicolau e o ultrassom transvaginal.

“Uma vez que a paciente tem indicação do exame, ela deverá ir ao laboratório para a coleta do material, que é feita por meio da inserção do espéculo na vagina para colher uma amostra da região com um cotonete. Para o exame, a paciente precisa estar em abstinência sexual por, no mínimo, 48 horas, não estar menstruada e não ter usado nenhum creme na área”, detalha a dra. Adriana.

Vacina contra HPV é a principal forma de prevenir o câncer do colo do útero

Enquanto o exame de microbioma vaginal é capaz de detectar possíveis doenças na vagina com base em uma suspeita do ginecologista, a vacina contra o HPV é indicada, principalmente, para evitar o desenvolvimento do câncer de colo do útero, considerado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) o terceiro tipo mais incidente entre as mulheres brasileiras, com estimativa de 17 mil novos casos por ano no país.

“A vacina é feita com nove tipos diferentes de vírus HPV, que podem causar verrugas na região genital e lesões pré-cancerígenas, sobretudo no colo do útero. Todos os casos de câncer do colo do útero são causados pelo HPV, mas o vírus também pode provocar tumores no ânus, na vulva, na vagina, no pênis, na boca e na garganta”, afirma o dr. Alberto Chebabo, infectologista do laboratório Sérgio Franco, que também faz parte da Dasa.

A vacina nonavalente é a mais moderna oferecida atualmente, sendo mais abrangente do que a quadrivalente, que tem proteção apenas contra quatro variantes. “A versão ampliada do imunizante apresenta boa resposta para lesões de alto grau, neoplasias e infecções persistentes”, complementa o infectologista. Sua aplicação é feita em três doses, com a segunda dose depois de dois meses e a terceira, depois de seis meses. É recomendada para todos os indivíduos, homens e mulheres, entre 9 e 45 anos, mas meninos e meninas com 9-14 anos devem receber duas doses do imunizante com intervalo de 6 a 12 meses.

“Por ser uma vacina inativada – ou seja, o vírus contido nela não se replica –, o imunizante contra o HPV não tem contraindicação e pode, inclusive, ser tomado por pessoas imunossuprimidas”, explica o infectologista.

Fonte: Mulher