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Nomofobia: entenda o medo de ficar sem celular e os riscos do vício

FreePik Nomofobia: entenda o medo de ficar sem celular e os riscos causados pelo vício
FreePik Nomofobia: entenda o medo de ficar sem celular e os riscos causados pelo vício
 

Você já ouviu falar em nomofobia ou no-mobile? O nome pouco conhecido refere-se a uma fobia que tem crescido em todo o mundo diante de uma população hiper conectada. De acordo com o coordenador dos cursos de Psicologia e Biomedicina da Faculdade Anhanguera, João Leonardo, a nomofobia é o medo irracional de ficar sem o celular, também conhecida como síndrome da dependência digital.

Segundo uma pesquisa publicada pela Digital Turbine, 20% dos brasileiros não ficam mais de 30 minutos longe do celular. Já um levantamento do Google mostra que 73% dos brasileiros não saem de casa sem os seus dispositivos. Para João Leonardo, o avanço tecnológico é um dos fatores que contribuem para a dependência. “A cada dia surgem aparelhos celulares com as mais altas tecnologias. Reforçando a necessidade em estar sempre perto de um celular, pois nele se resolve tudo: trabalho, estudos, entretenimento e compras. Com isso, cria-se o hábito de estar no aparelho. A todo tempo somos reforçados a emitir esse comportamento e quando percebemos que estamos distantes dele é como se deixássemos de viver ou de estar conectado com o mundo”, explica o docente.

Neste cenário, João salienta que esse sentimento psicológico vem se tornando cada vez mais forte diante da tecnologia, assim como outros transtornos que se originaram de novas tecnologias. “A Nomofobia se faz referência as sensações observadas “no modo off-line”, ou seja, na desconexão ou no medo dela. E a partir disso, as pessoas passam a sentir ansiedade, desconforto, nervosismo, angústia, pânico, além de sintomas físicos como aperto no peito, taquicardia e suor frio”.

O professor explica que a nomofobia é um fenômeno complexo e as causas e efeitos ainda estão sendo amplamente estudados. “No entanto, até o momento, acredita-se que seja uma combinação de fatores, como baixa autoestima, níveis elevados de ansiedade e impulsividade. Alguns sinais de alerta desse sentimento incluem a necessidade constante de ter um dispositivo para recarregar a bateria, o monitoramento constante do aparelho em busca de notificações, a dependência do celular mesmo em momentos inadequados, como perto da hora de dormir, a ansiedade, angústia e nervosismo que surgem quando o celular fica inutilizável por qualquer motivo, o medo de ficar desconectado e a restrição das atividades apenas a locais onde é possível manter a conexão”.

O diagnóstico da nomofobia utiliza critérios do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) para fobias específicas. Além disso, alguns estudiosos defendem que o termo seja incluído no DSM-V como uma entidade diagnóstica que representa um vício tecnológico, devido à semelhança dos sintomas com a síndrome de dependência de substâncias.

Os sintomas da dependência patológica incluem nervosismo, agitação, ansiedade, taquicardia, angústia, sudorese e medo, e podem afetar a saúde e o dia a dia da pessoa. Para auxiliar aqueles que são dependentes do celular e da tecnologia, o professor de Psicologia da Faculdade Anhanguera recomenda algumas dicas para diminuir o uso excessivo e reduzir os impactos na rotina, confira:

1. Limitar o uso do celular, especialmente antes de dormir e ao acordar, para garantir uma boa qualidade de sono;

2. Evitar o uso do celular durante as refeições, promovendo uma alimentação consciente;

3. Desenvolver estratégias para restabelecer o contato com o mundo real, buscando interações interpessoais e limitando o uso de tecnologia nesses momentos;

4. Quando necessário, procurar ajuda especializada de psicólogos e psiquiatras;

João finaliza ressaltando que é inegável os benefícios da tecnologia, porém, é essencial encontrar um equilíbrio em seu uso para preservar a saúde mental. Ele enfatiza a importância de não encarar a os aparelhos tecnológicos como uma extensão de si mesmo e a necessidade de um uso consciente e responsável, especialmente no período pós-pandemia.

 

Fonte: Mulher