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"Nunca fui uma uma vítima da moda", diz Mica Rocha, que estreia na CNN

Divulgação CNN Mica Rocha estreia ‘MiConta’ nas noites de domingo na CNN Brasil e tem Fernanda Souza como primeira convidada
Divulgação CNN Mica Rocha estreia ‘MiConta’ nas noites de domingo na CNN Brasil e tem Fernanda Souza como primeira convidada


“MiConta – O segredo de mulheres de sucesso”, comandado pela empresária e influenciadora Mica Rocha, será a nova atração das noites de domingo da CNN Brasil a partir de 13 de agosto, às 19h15. No programa, Mica recebe mulheres empreendedoras e inspiradoras, num bate-papo leve e descontraído sobre os desafios e as conquistas de suas jornadas como donas de seus negócios. A cada semana, o “MiConta” trará novas histórias sobre como elas descobriram suas potencialidades e superaram desafios na construção de suas trajetórias.

“Estou muito animada com a estreia do programa! Contar todas essas histórias que inspiram e mostram a força da mulher no ambiente dos negócios vai ser incrível. E o melhor é que é um bate-papo descontraído, com uma energia leve e divertida”, afirma Mica Rocha.

Empresária, influenciadora digital e fashionista, Mica Rocha soma mais de 1,5 milhão de seguidores nas redes sociais. Atua no mercado de influência há 12 anos e ficou conhecida pela sua criação de conteúdo autoral. Ela, que é mãe de três, também administra duas empresas e divide seu tempo entre várias tarefas. Ao iG Delas , ela contou como é sua rotina e qual sua relação com a moda, a beleza e a maternidade.

iG Delas: Como você consegue conciliar a rotina de trabalho com a maternidade?

Mica Rocha: Não é uma tarefa fácil conciliar o trabalho e a maternidade, mas sei que eu tenho um super privilégio de ter rede de apoio e uma rotina mais flexível no escritório. Então, isso faz com que eu consiga almoçar com os meus filhos e levá-los na escola, por exemplo. Muitas vezes, não consigo buscar na escola, mas sempre estou em casa à noite, na hora do banho, na hora do jantar, então eu procuro ter tempo de qualidade com eles e, obviamente, trabalhar. São duas coisas que exigem muita dedicação. Acho que essa é a “prova do líder” diária: realmente se esforçar ao máximo, para conseguir equilibrar os pratos!

Tem dias que você é uma melhor empreendedora e tem dias que você é uma melhor mãe. Eu procuro ser melhor mãe na maioria do tempo. Mas o empreendedor também nunca para de trabalhar, né? Ele está sempre trabalhando, então eu faço muita coisa de casa, por exemplo, os meus conteúdos e reuniões, o que ajuda bastante, mas é uma rotina intensa.

Quais os principais desafios que enfrentou como empreendedora?

Como empreendedora, já enfrentei muitos desafios, olhando para vertentes como equipe, liderança, expansão, qualidade de atendimento. Dentro da vida de um empreendedor, enfrentamos desafios bem variados e temos que estar atentos a todos, porque todos eles formam o seu negócio.

No meu caso, como empreendedora, tenho que aprender todos os dias a ser uma gestora de uma empresa e de uma equipe. Isso é o contrário do que eu fazia como influenciadora, quando eu era autônoma e dona do meu tempo. Eu tomava as minhas próprias decisões e o trabalho com o cliente, as marcas, era de mim para eles e deles para mim. Hoje, sendo empreendedora, eu trabalho com uma equipe extensa e também com os clientes, a satisfação deles, a expansão do negócio.

Então, eu diria que hoje é mais desafiador, porque eu estou aprendendo a ser uma gestora de uma empresa. Eu aprendi a ler planilhas, vários códigos de Recursos Humanos, agora sei sobre contratação, produtos, compra de estoque. É um universo muito novo, mas eu estou adorando. É super desafiador, o que me motiva muito.

Como administra os negócios e a carreira de influenciadora?

Acho que aprendi a administrar bem meus negócios e ao mesmo tempo a minha carreira como influenciadora. Hoje em dia, consigo dividir minha agenda de um jeito muito inteligente, mas já passei por alguns apuros no começo. Tudo é uma questão de se organizar. Quando a gente vira a mãe, nós também nos organizamos melhor, porque precisamos desse tempo de qualidade com os filhos. Então, fica mais fácil, né? Mas eu tenho um ou dois dias no mês em que reservo tempo para gravar minhas publicidades e tudo que preciso entregar, além das publicidades orgânicas que faço durante o meu dia. No resto do tempo, me dedico às minhas empresas, então consigo ter a minha agenda mais organizada e tem sido bem tranquilo.

O que é mais difícil, ser influencer ou empreendedora?

Eu não diria que é mais difícil, mas acredito que ser empreendedora é bem desafiador para mim, porque faço isso há menos tempo do que sou influenciadora. Acho que é uma questão de você se maturar profissionalmente. Já sou influenciadora há 13 anos, então tenho mais facilidade! Há 13 anos, já roteirizo os meus conteúdos, crio as minhas coisas, então isso é muito natural. Como empreendedora, acho que já se tornou natural criar produtos, inovar, fazer o marketing e comunicação nas empresas que eu sou responsável, junto a um time, claro. Mas a parte de gestão com certeza é mais desafiadora porque é algo novo.

Você vem da área de moda, quais são suas principais referências no setor?

Trabalhei muito com moda, mas eu penso na moda como algo que precisa me cair bem, me vestir bem, me deixar confortável e fazer com que eu me sinta bonita! Nunca fui uma uma vítima da moda, uma pessoa que quer acompanhar todas as tendências para estar por dentro. Minhas marcas refletem exatamente isso, são feitas para que as mulheres fiquem bonitas, com uma autoestima boa, que se divirtam… Moda para mim é isso: é você se agradar, se sentir bem independentemente da cor do momento, do shape do momento e da modelagem do momento.

Acho que agora a gente está começando a abraçar a moda dessa maneira, mas por muitos anos ela foi bastante imposta. Hoje a gente tem muito mais liberdade em usar a moda ao nosso favor, então as minhas inspirações são mulheres reais que vestem a moda que lhes cai bem, que se sentem bem e bonitas. Anda muito junto com a nossa autenticidade. Sou uma pessoa que respeita muito quem eu sou, o que eu gosto e o que eu quero, então a moda caminha junto com a minha intensidade.

Como define seu estilo?

Olha, eu diria que eu gosto muito do estilo “athleisure” , adoro misturar essas peças versáteis, sabe? Gosto de roupas que eu possa usar um dia para treinar e outro dia para sair, misturando com uma jaqueta ou um blazer. Também sou super adepta aos vestidos e esse estilo mais boho, com bota, eu adoro. Eu vou por aí, são as peças que eu mais gosto!

Sobra tempo para os cuidados com a beleza? Qual sua rotina de beleza?

Não tenho uma rotina de beleza extensa, porque gosto de ser prática, afinal, sou capricorniana! Gosto de fazer minha rotina de pele, de tomar um bom banho e passar meus cremes. É mais um autocuidado do que uma rotina extensa de beleza. Faço hidratação no meu cabelo e gosto bastante de cuidar do meu cabelo, mas tudo isso sem muitas neuras.

Já fez ou faria alguma intervenção cirúrgica?

Eu já fiz cirurgia plástica. Inclusive, conto bastante a história do meu nariz, porque isso me lembra muito uma fase em que estava com a autoestima baixa e tudo que isso desencadeou. Hoje, tenho certeza que já fui uma pessoa muito mais ligada aos padrões estéticos, porque também venho de uma geração onde a gente tinha que se parecer com a modelo ou atriz da capa da revista. E tinha essa cultura da magreza, do padrão. Hoje, eu estou muito mais distante disso. Gosto de me cuidar e de ter saúde. Acho que a minha cabeça mudou e agora quero me cuidar por causa da minha saúde, para dormir melhor, para eu estar melhor para os meus filhos. Eu tenho mais energia do que qualquer outra coisa. Eu realmente aprendi a gostar de mim, mas nem sempre foi assim.

Já fiz intervenções cirúrgicas no meu nariz e já botei peito. Fiz algumas coisas que na época que eu era insegura, achava que precisava, como muitas meninas da minha idade fizeram. Hoje, já penso diferente. Não sou contra, porque acho que tem realmente intervenções que te deixam com a autoestima melhor e que naquele momento é algo que vai ser benéfico para você, mas não acho que isso pode ditar quem você é e como você se encaixa no mundo. Isso vem com a maturidade… Já tenho 37 anos, então realmente acho que isso veio com o tempo e a maturidade não só de se aceitar, mas gostar de quem você é, ser autêntico e entender que a perfeição não existe. Se você quiser fazer algo para melhorar, que seja pra você, não para o outro, né? Claro que isso não é tão simples, nem tão fácil, porque a gente vem de uma cultura que a imagem é muito exigida. Mas sinto que hoje sou muito menos exigente comigo e muito menos cruel do que um dia já fui, por conta de todas essas pressões e padrões.

Ser influencer e apresentadora aumentam a pressão pela imagem?

Trabalhar com a imagem, com certeza, aumenta essa pressão. Mas eu não acho que muda você ser apresentadora ou influencer, até porque o influencer se vê o dia todo no celular fazendo todos os conteúdos, né? Então, acho que ser apresentadora não aumenta essa pressão, apenas o tempo que sua imagem está sendo exposta. Mas eu realmente acho que o tempo de exposição de um influenciador é muito maior do que o de um apresentador. Então, o contrário talvez me causaria mais pressão. Como já venho de um mundo e de uma rotina onde me exponho, mostro o meu rosto e o meu corpo todos os dias, estou acostumada.

Dove lançou um manifesto para que influenciadoras não usem mais filtros. O que acha disso?

Olha, a Dove é incrível, né? Eles têm campanhas que tocam sempre em alguma coisa, porque, como eu disse, a gente vem de uma geração com muitas pressões estéticas, principalmente as mulheres. Acho maravilhoso esse movimento da gente não usar filtro. Confesso que ainda não estou 100% adepta, mas eu uso pouco. Normalmente, os meus vídeos, principalmente no Tik Tok, costumo fazer sem maquiagem. Busco isso não só para me livrar de um padrão, e para não ficar acostumada com um filtro que é irreal, mas também para me conectar com a minha audiência. Não dá para viver maquiada, com o cabelo feito o dia todo. Isso não é real.

Então, eu acho que faz parte a gente aparecer de vários jeitos! Tem horas que eu adoro aparecer mais glamurosa e tem horas que eu apareço realmente sem maquiagem, de cabelo preso, para falar de algum conteúdo que não esteja ligado à estética. Acho que a gente tem que se acostumar, até porque, às vezes, a gente não usa filtro, mas os outros usam. Então, o padrão que a gente vê com o filtro muda a nossa régua de estética, ela vai ficando irreal, vai ficando próxima daquela perfeição, da pele sem poros e da boca perfeita. Isso também não é saudável. Eu realmente acho que todos nós deveríamos nos esforçar para nos vermos da maneira que somos, porque isso faz bem. Caso contrário, você sempre vai se ver diante de um filtro e, na hora que você apontar a câmera para você sem filtro, não vai achar que aquilo está certo ou que aquilo é você. E a gente tem que gostar de quem a gente é, se abraçar e realmente entender que não somos perfeitos, que ninguém é e está tudo certo.

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Fonte: Mulher