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Obesidade: quando é hora de ir além do tratamento clínico?

Divulgação Obesidade: quando é hora de ir além do tratamento clínico e considerar a cirurgia?
Divulgação Obesidade: quando é hora de ir além do tratamento clínico e considerar a cirurgia?
 

O Conselho Federal de Medicina e o Ministério da Saúde no Brasil orientam que pacientes acima do peso – seja os que buscam tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por planos de saúde ou particular – devem sempre começar com a consulta com o endocrinologista, profissional clínico habilitado para o tratamento da obesidade.

A médica endocrinologista do Eco Medical Center, Paola Wyatt Brock, lembra que a obesidade é considerada uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é o resultado final de um desequilíbrio entre o consumo e o gasto calórico. “O tratamento da patologia é muito mais difícil do que acredita o senso comum. Além de dieta e exercícios, o endocrinologista avaliará os danos da obesidade sobre o corpo e poderá indicar a prescrição de medicamentos, cirurgia bariátrica quando necessário e de manter um acompanhamento com nutricionista, psicólogo e educador físico para melhores resultados”, ressalta a médica.

Segundo ela, atualmente uma nova classe de medicamentos está revolucionando o tratamento da obesidade, com poucos efeitos indesejáveis. “Essas drogas mimetizam hormônios classificados como incretinas que têm entre suas ações a redução do apetite e das taxas de glicose no sangue”, explica a médica.

No entanto, ela alerta para o fato de que – por alguns medicamentos estarem sendo vendidos sem receita – acabam sendo usados, sem orientação e acompanhamento, o que também pode trazer riscos. “É preciso ficar atento para que poucos quilos a mais não acarretem em outros problemas maiores para o organismo”, alerta a médica.

Cirurgia Bariátrica e a importância da equipe integrada

Outro tratamento eficaz para a obesidade grave é a cirurgia bariátrica e metabólica, também conhecida como cirurgia da obesidade, gastroplastia ou redução de estômago.

Diante do crescimento da obesidade no Brasil, o procedimento tem sido uma solução muito procurada e indicada para conter doenças graves associadas à obesidade. No entanto, realizar o procedimento com uma equipe integrada – preferencialmente em um só lugar – é fundamental para o sucesso no pré, no pós-operatório e também para o acompanhamento do paciente.

A indicação da cirurgia bariátrica é para pacientes com IMC acima de 35kg/m2 e comorbidades com alto risco cardiovascular, apneia do sono, doenças articulares degenerativas ou outras que não tenham tido sucesso no tratamento clínico. O destaque é a indicação da cirurgia para pacientes com IMC abaixo de 35kg/m2, mas com diabetes tipo 2 mal controlada, chamada de cirurgia metabólica (pois o objetivo principal é o controle do diabetes).

“Ao todo são cerca de 21 doenças que possuem recomendação para a cirurgia, além do Índice de Massa Corporal (IMC) elevado, entre elas, dores nas articulações, depressão, cardiopatias, diabetes, hipertensão e outras”, informa o Cirurgião Bariátrico do Eco Medical Center, Luis Gustavo Cortiano, que atua de forma integrada com os cirurgiões José Sampaio e André G. Weiss.

“A obesidade, além da sobrecarga do peso, traz outros problemas de saúde como a hipertensão, o diabetes, problemas cardiovasculares e pode até aumentar o risco de alguns tipos de câncer se não houver um controle adequado. Entre estes tratamentos está a cirurgia bariátrica, considerado o método mais eficaz até o momento para controle da obesidade em seus níveis mais graves”, afirma o cirurgião.

Como é realizada a cirurgia bariátrica

A cirurgia bariátrica é um dos principais tratamentos para a obesidade severa ou mórbida e pode ser realizada por meio de diferentes técnicas cirúrgicas, sendo o bypass gástrico e a gastrectomia vertical as mais utilizadas.

Um dos grandes diferenciais está nas cirurgias realizadas por videolaparoscopia ou cirurgia robótica (técnicas minimamente invasivas). Na cirurgia aberta, o médico precisa fazer um corte de 10 a 20 centímetros no abdômen do paciente. Na videolaparoscopia e cirurgia robótica são feitas de quatro a sete mini incisões de 0,5 a 1,2 centímetros cada uma, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo.

“No entanto, a cirurgia não é uma vacina para a obesidade. É importante que o paciente saiba que ele deverá ter um acompanhamento multidisciplinar antes e depois de todo o processo. Aqui no Eco Medical Center, por exemplo, atuamos em conjunto com endocrinologista, nutricionistas e equipe de cirurgia bariátrica, o que traz melhores resultados para a mudança de vida necessária para o paciente com obesidade grave”, ressalta Cortiano.

Reeducação alimentar

A necessidade do envolvimento de diferentes especialidades para a realização da cirurgia bariátrica se dá porque o paciente passa por uma imensa alteração de rotina alimentar e corporal. Essas mudanças exigem muita disciplina e conhecimento sobre o próprio corpo e uma boa dose de autocuidado.

A nutricionista Marília Zaparolli conta que a pessoa operada passa por uma redução de estômago que diminui em cerca de cinco vezes sua capacidade de ingestão.

“Além disso, os primeiros dias são muito desafiadores até que a pessoa consiga conciliar nutrição e hidratação. O paciente passa a tomar água em porções menores, repetidas vezes ao longo do dia. Já quanto à alimentação, ela também chega líquida nos primeiros 15 dias, até passar para a pastosa ou branda. E só depois da liberação médica é que o paciente volta a se alimentar de produtos sólidos”, conclui a nutricionista do Eco Medical Center.

Fonte: Mulher