O Dia da Conscientização contra a Obesidade Mórbida Infantil, celebrado neste 3 de junho, tem como objetivo conscientizar a população sobre os desafios enfrentados pelas crianças que sofrem de obesidade mórbida e promover ações para prevenir essa condição preocupante.
De acordo com a gerente geral clínica do Centro de Recuperação e Educação Nutricional (CREN), Maria Paula de Albuquerque, é necessário cuidar do estado nutricional de mulheres e homens em idade fértil já que há relação genética entre pais e crianças. “Pais com obesidade apresentam 80% de chance de terem filhos com o mesmo quadro. Esse número cai para 40% se apenas um dos pais for obeso e para 10% se os pais tiverem uma alimentação de qualidade”, alerta.
A nutricionista do CREN, Paola Ibelli, afirma que mudanças de hábitos podem reverter o quadro. “É preciso reduzir o sedentarismo, evitando longos períodos de tempo de exposição e uso de telas de tv, computadores, smartphones e tablets . O tempo de tela superior a duas horas pode aumentar o risco de desenvolver obesidade em 42%. A atividade física pode reduzir o risco de obesidade em 30%”, diz.
Incentivar o aleitamento materno até os seis meses, complementando até os dois anos também é uma das formas para combater a obesidade. Segundo a diretora-presidente do Instituto Opy, Heloisa Oliveira, o aleitamento materno exclusivo é a melhor opção de alimentação para o bebê até o 6° mês de vida.
É fundamental que as crianças tenham acesso a uma alimentação saudável para um desenvolvimento pleno e assim manter o peso ideal e que as políticas públicas sejam efetivas para a melhoria das condições de alimentação e nutrição, garantindo a segurança alimentar e nutricional de todas as crianças de todas regiões e classes sociais”, reforça. Nessa mesma linha de pensamento, a nutricionista do CREN salienta que a interrupção precoce do aleitamento materno, antes dos quatro meses, pode aumentar em 24% o risco de obesidade infantil.
Uma alimentação balanceada, deve fazer parte do crescimento e desenvolvimento das crianças. “Incentivar a realização do café da manhã é primordial. Realizar essa refeição todos os dias pode reduzir o risco de obesidade infantil em 34%. Outro ponto importante é evitar a ingestão de bebidas açucaradas. O consumo dessas bebidas, quatro ou mais vezes durante a semana, está associado a um aumento de 24% do risco de se desenvolver a obesidade”, alerta Paola Ibelli.
A prática da Educação Alimentar e Nutricional (EAN) deve utilizar abordagens e recursos educacionais problematizadores e ativos que favorecem o diálogo com pessoas e grupos populacionais, considerando todas as fases do ciclo da vida, etapas do sistema alimentar, interações e significados que compõem o comportamento alimentar. “É necessário o engajamento de todos os setores da sociedade para aproximar as pessoas da alimentação saudável de forma autônoma e voluntária”, finaliza a gerente geral clínica do CREN.
Fonte: Mulher