A gestação é um período especial tanto para a mulher como para o feto que está em desenvolvimento. Por isso, existe a preocupação para que a mulher esteja protegida, pois o seu sistema imunológico é modificado de modo a poder acolher o feto e isso faz com que ela fique mais suscetível a algumas doenças como Influenza, Tuberculose, Varicela e Covid, que podem ser mais graves na mulher gestante. O embrião e o feto, como organismos em formação, possuem um sistema imunológico muito imaturo e essa imaturidade persiste quando a criança é recém-nascida.
Maria Isabel de Moraes-Pinto, médica infectologista e consultora em vacinas do Delboni Medicina Diagnóstica, marca pertencente a Dasa, explica existem algumas vacinas que devem ser administradas à gestante pensando na sua saúde e na do feto. São vacinas inativadas, ou seja, incapazes de levar a replicação do vírus ou da bactéria, de modo que a gestante tenha um contato com a vacina de uma maneira segura e se, por exemplo, ela entrar em contato com a Covid ou Influenza, ela estará protegida e não terá uma doença grave.
“A mesma coisa em relação ao bebê. Por isso é importante que a mulher receba a
vacina contra Coqueluche e Influenza, por exemplo, pois ela passará esses anticorpos durante a gestação para o bebê. E a criança, ao nascer, estará protegida contra essas doenças, pois somente a partir dos seis meses de idade é que a criança pode tomar a vacina para Influenza. Ou seja, se o bebê não receber os anticorpos da mãe ele ficará suscetível durante os primeiros meses de vida e correrá o risco de entrar em contato com o vírus da Influenza e com a bactéria que causa a Coqueluche e de desenvolver uma doença grave”, explica a médica.
Quais as vacinas que as gestantes podem e devem tomar?
Em primeiro lugar, diz a médica, é fundamental que a gestante se imunize pensando nela e no bebê com vacinas consideradas seguras (que são aquelas com agentes inativados e que são incapazes de replicar e causar algum dano na mãe ou no feto). E existem vacinas que devem ser administradas durante a gestação. São elas: a Influenza, contra a gripe, principalmente no período de maior incidência da doença (outono e inverno), dTpa (contra difteria, tétano e coqueluche) e Hepatite B (se a mulher não tiver tomado ou se tomou, mas não apresentou anticorpos quando avaliada no pré-natal).
“Além disso, se ela não está em dia para vacina Covid, ela deve tomar a dose que tiver atrasada. A vacina dTpa (difteria, tétano e coqueluche) irá proteger o bebê do tétano neonatal e da coqueluche, que são doenças que podem ser muito graves na criança pequena. Se a mãe tomar essas vacinas, ela vai passar os anticorpos durante os três últimos meses da gestação e a criança vai nascer protegida”, esclarece Maria Isabel.
Há algum risco de contraindicações ou efeitos colaterais? Quais?
Existem algumas vacinas que são contraindicadas na gestação. São as vacinas de vírus vivo atenuado, como Sarampo, Caxumba e Rubéola. Varicela, BCG e HPV também são contraindicadas na gestação. Para a vacina de HPV, se a mulher começou o esquema vacinal e engravidou, ela deve interromper a vacinação e retomar logo após o parto.
“Para as vacinas da Influenza, Hepatite B e dTpa (tétano, difiteria e coqueluche), a
única contraindicação e que vale para todos, não só para gestantes, é caso ela tenha tido alguma reação alérgica grave em dose anterior. Daí ela não pode tomar.
Além disso, não existem riscos que possam contraindicar as vacinas que
mencionamos: dTpa, Influenza, Hepatite B e Covid. A mulher que estiver gestante,
pensando na saúde dela e do bebê, deve sim tomar essas vacinas. São vacinas que já foram testadas muitas vezes e aprovadas no Brasil, nos EUA e na Europa. Elas fazem a diferença tanto para a gestante como também para o bebê em formação e para o recém-nascido”, finaliza a médica.
Fonte: Mulher