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Retrospectiva 2023: relembre as mulheres que foram destaques no ano

Montagem/Reprodução/Instagram iG Delas relembra as mulheres que foram destaques em 2023
Montagem/Reprodução/Instagram iG Delas relembra as mulheres que foram destaques em 2023


Em 2023, não foram poucas as mulheres que se destacaram em suas áreas de atuação. Seja no cinema, no esporte ou na defesa pelos direitos humanos, muitas delas quebraram barreiras que historicamente marginalizaram as vozes femininas.

Somente no Brasil, são inúmeros os exemplos. Tivemos mulheres transexuais em espaços que outrora pareciam distantes no país que mais mata pessoas trans no mundo todo. Uma mulher indígena presidindo, pela primeira vez na história, o principal órgão de promoção e proteção dos direitos dos povos índigenas no Brasil. Uma negra ocupando, de forma inédita, a cadeira de ministra substituta da maior instância da Justiça Eleitoral brasileira.

Esses e outros nomes entraram para a nossa lista de mulheres inspiradoras. Confira a seguir:

Aitana Bonmatí

Aos 25 anos, a futebolista espanhola Aitana Bonmatí ganhou a Bola de Ouro em 2023, recebendo o título de melhor jogadora do mundo. Nascida na Catalunha, Aitana começou a carreira aos treze anos de idade, quando recebeu um convite para jogar nas categorias de base do Barcelona, seu time do coração. Desde então, se tornou um dos nomes de destaque da equipe catalã. Atuando como meio-campista, ela foi fundamental para a vitória do clube na temporada 2022/23 da Champions League.

Também foi parte das categorias de base da seleção espanhola, até estrear no elenco principal em 2017. Aitana Bonmatí viveu o auge de sua carreira na Copa do Mundo Feminina de 2023, que consagrou a Espanha como campeã mundial. Ela, inclusive, foi eleita a melhor jogadora do torneio, realizado na Austrália e na Nova Zelândia.

Neste mês, foi a vez da Fifa anunciar a lista de candidatas a melhor jogadora do mundo em 2023. Aitana está entre as finalistas. O nome da vencedora oficial, no entanto, só será revelada em cerimônia marcada para o dia 15 de janeiro de 2024.

Aline Aguiar

A jornalista Aline Aguiar alcançou um feito histórico neste mês. Ela é a primeira pessoa a assumir a bancada do Jornal Nacional usando tranças nagô, símbolo de resistência da comunidade negra, em um aceno à representatividade. Aline, que é apresentadora da Globo Minas, foi escalada para apresentar o JN no último dia 9, ao lado de César Tralli, substituindo os titulares William Bonner e Renata Vasconcellos.

Em 2019, a jornalista se tornou a segunda mulher negra da história a comandar o noticiário, atrás apenas de Maju Coutinho.

Anielle Franco

Anielle Franco foi uma das 12 mulheres do ano escolhidas pela revista Time. Professora de inglês e jogadora de vôlei, Anielle nunca pensou em entrar para a política, até a morte da irmã, a vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018. O luto e a sede por justiça transformaram a jovem Anielle, então com 33 anos, em uma líder no movimento pelos direitos da população negra no Brasil. Hoje, ela ocupa uma posição que nem ela nem Marielle talvez pudessem imaginar: a de ministra da Igualdade Racial. Anielle Franco tomou posse no Ministério em janeiro deste ano, quase cinco anos após o assassinato da irmã mais velha.

Bruna Marquezine

O ano de 2023 marcou a estreia da carreira internacional de Bruna Marquezine. A atriz brasileira estrelou o filme “Besouro Azul”, da DC. Bruna interpretou Jenny Kord, o par romântico do protagonista, Jaime Reyes/Besouro Azul, vivido por Xolo Maridueña.

Mesmo esse sendo o seu primeiro filme estrangeiro, a brasileira fez questão de declarar apoio à greve dos atores e roteiristas de Hollywood. Ao aderir ao movimento, ela não pôde fazer qualquer divulgação do filme.

Além disso, também neste ano, os fãs de Bruna Marquezine puderam assistir a uma outra estreia da atriz: nas telinhas, com a reprise de “Mulheres Apaixonadas” (2003), no “Vale a Pena Ver de Novo”. Ela iniciou na teledramaturgia dando vida à personagem Salete.

Clara Moneke

Aos 24 anos, Clara Moneke caiu nas graças do público com a personagem Kate, de “Vai na Fé” (2023). O papel, inclusive, marcou a estreia de Clara na TV e lhe rendeu várias indicações como “Atriz Revelação”. A jovem chegou a vencer nesta categoria no “Prêmio Geração Glamour”, que aconteceu em outubro. Filha de uma brasileira e um nigeriano, Clara Moneke nasceu em São Paulo, mas foi criada no Rio de Janeiro. Atualmente, ela também pode ser vista na série “Amar é Para os Fortes”, do Amazon Prime Video.


Edilene Lôbo

Foram 91 anos desde a criação da Justiça Eleitoral, em 1932, para que uma mulher negra finalmente ocupasse o cargo de ministra substituta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O feito inédito é da jurista e professora universitária Edilene Lôbo. Ela tomou posse em agosto deste ano, ocupando a vaga deixada por André Ramos Tavares, que agora é ministro efetivo.

Erika Hilton e Duda Salabert

Erika Hilton e Duda Salabert integram, juntas, a lista das 100 personalidades eleitas pela revista Time como capazes de transformar a próxima geração. As duas são as primeiras mulheres transexuais no Congresso Nacional em um país com alto índice de violência contra pessoas trans , conforme aponta a própria revista.

A Time destaca o trabalho de Salabert em causas como falta de moradia e transporte público e menciona seu desejo de concorrer à prefeitura de Belo Horizonte nas eleições de 2024. No caso de Erika Hilton, o texto lembra seu passado na prostituição e cita um projeto de lei de sua autoria que pede a implementação de cotas para transexuais nas universidades públicas brasileiras, “num esforço para diminuir a dependência econômica das pessoas trans na prostituição”.

Fran Drescher

Fran Drescher, protagonista do seriado “The Nanny”, chamou atenção neste ano por liderar a greve dos atores de Hollywood. A atriz de 66 anos é presidente do SAG-AFTRA, sindicato que representa cerca de 160 mil profissionais da categoria. Ela ocupa o cargo desde 2021, quando venceu a eleição contra o ator Matthew Modine.

A greve dos atores teve início em julho deste ano e durou 118 dias , se tornando a mais longa da história da TV e do cinema. Os grevistas reivindicavam melhores condições de trabalho, pagamento adequado pela reexibição de seus filmes e séries nas plataformas de streaming e a regulamentação do uso de Inteligência Artificial nas produções. O movimento aconteceu em paralelo à greve dos roteiristas , iniciada em maio.

Joenia Wapichana

Pela primeira vez em 55 anos de existência, a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) é presidida por uma mulher indígena. A advogada Joenia Wapichana, de 49 anos, tomou posse do cargo oficialmente em fevereiro deste ano. Natural de Boa Vista, Roraima, Joenia tem uma trajetória marcada pelo pioneirismo: ela foi a primeira mulher indígena advogada no país e também a primeira deputada federal indígena do Brasil.

Jullie Dutra

A jornalista Jullie Dutra é a primeira pessoa a conquistar o prêmio máximo de R$ 1 milhão no quadro “Quem quer ser um milionário”, apresentado por Luciano Huck. Jullie tem 38 anos e é natural de Pernambuco.

Antes de se formar no Jornalismo, ela chegou a cursar Medicina em Cuba durante um ano, e ao voltar para o Brasil, vendeu charutos que comprou por lá para ajudar a custear as despesas com os estudos. Atualmente, a nova milionária é dona de uma agência de comunicação e estuda para ser diplomata.

Jullie perdeu o pai quando tinha 5 anos de idade, vítima de assassinato. A mãe morreu em 2013, após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral). A jornalista tem uma filha de 3 anos, Maria Helena, diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Liniker

Em 2023, a cantora e compositora Liniker se tornou a primeira mulher trans eleita imortal pela Academia Brasileira de Cultura (ABC). Ela ocupou a cadeira deixada por Elza Soares, que faleceu em janeiro do ano passado.

Liniker é um dos grandes talentos da nova geração, tendo recebido, em 2022, o Grammy Latino na categoria de “Melhor Álbum de Música Popular Brasileira”. Foi, inclusive, a primeira artista trans do Brasil a vencer a premiação.

Além de cantora e compositora, Liniker também é atriz, colecionando participações no seriado “3%”, na Netflix, e na novela “Cara e Coragem”, da Globo. Ela também é a protagonista da série “Manhãs de Setembro”, do Amazon Prime Video.

Margot Robbie

O mundo inteiro se vestiu de rosa para assistir a Margot Robbie no cinema. Protagonista e uma das produtoras do live-action da Barbie, a australiana embolsou US$ 12,5 milhões com o filme, o equivalente a mais de R$ 60 milhões na cotação atual. Com isso, Margot se tornou a atriz mais bem paga de Hollywood, segundo a revista Variety.

“Barbie” conquistou a maior bilheteria do ano, ultrapassando a marca de US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 6,9 bilhões) em arrecadação. Para se ter uma ideia, o filme recebeu 18 indicações somente no Critics Choice Awards, número recorde na história da premiação. Dentre as categorias que o filme concorre, está a de “Melhor Atriz” para Robbie.

Narges Mohammadi

A ativista iraniana Narges Mohammadi, de 51 anos, foi a ganhadora do prêmio Nobel da Paz de 2023. Ela ficou conhecida pela sua incansável defesa pelos direitos humanos, e principalmente, das mulheres no Irã. Por conta disso, foi detida 13 vezes, condenada cinco e setenciada a 31 anos de prisão e a 154 chicotadas.

Atualmente, Mohammadi cumpre pena de 10 anos na famosa prisão de Evin, em Teerã, por disseminar “propaganda contra o Estado”. Mesmo presa, foi uma das lideranças da onda de protestos contra o regime iraniano após a morte da jovem Mahsa Amini em 2022. Mahsa havia sido detida pela chamada “polícia da moralidade” do Irã, sob a acusação de infringir o código de vestimenta do hijab.

Narges Mohammadi é a 19ª mulher na história a receber o Nobel da Paz. Seus filhos, os gêmeos Ali e Kiana, de 16 anos, receberam o prêmio em nome da mãe. O evento aconteceu no dia 6 de dezembro em Oslo, na Noruega.

Rayssa Leal

Vice-campeã olímpica, Rayssa Leal continuou a brilhar nas pistas em 2023. Entre os destaques, está o primeiro ouro do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Santiago , realizados entre 20 de outubro e 5 de novembro. O skate street é uma modalidade estreante na competição e, portanto, a jovem de apenas 15 anos se tornou a primeira campeã pan-americana desse esporte.

Já no início deste mês, a “Fadinha”, como é chamada carinhosamente pelos fãs, conquistou o bicampeonato da SLS Super Crown, a final da liga mundial de skate street. Na ocasião, ela realizou um feito inédito: uma nota 9 durante a volta, a primeira nesta etapa do campeonato na história da disputa feminina.

Pouco dias depois do título, a brasileira enfrentou mais um campeonato. Desta vez, ela faturou uma medalha de prata no Mundial de Skate Street, em Tóquio, no Japão. A competição conta pontos para a classificação às Olimpíadas de Paris de 2024.

Tarciana Medeiros

Em 215 anos de história, o Banco do Brasil tem, hoje, a primeira mulher ocupando o cargo de presidente. Natural de Campina Grande, na Paraíba, Tarciana Medeiros foi feirante e professora antes de passar no concurso do BB há mais de 20 anos. Exerceu várias funções dentro da instituição até assumir a presidência em janeiro de 2023. É formada em Administração de Empresas e tem pós-gradução em “Administração e Marketing” e em “Liderança, Inovação e Gestão”.

Em dezembro deste ano, Tarciana entrou para a lista das 100 mulheres mais poderosas do mundo segundo a Forbes. A executiva ocupa a 24ª posição e é a única brasileira do ranking.

Taylor Swift

A cantora de 34 anos foi eleita a “pessoa do ano” de 2023 pela revista Time. O ano de Taylor Swift ficou marcado pelo relançamento de seus álbuns e pelo sucesso da turnê mundial “The Eras Tour”, que teve início em março de 2023 e deve acabar em dezembro de 2024. As apresentações também renderam um filme, lançado em 13 de outubro nos Estados Unidos.

E por falar em outubro, naquele mês, Taylor atingiu o status de bilionária, com uma fortuna estimada em US$ 1,1 bilhão, segundo a Forbes. Ela é a primeira cantora a alcançar este feito apenas com músicas e shows.

Em 12 de dezembro, a The Eras Tour entrou oficialmente para o Guinness World Records, o livro dos recordes, como “a maior bilheteria de todos os tempos”, com US$ 1,04 bilhão arrecadado. Para se ter uma noção do impacto da turnê, Taylor Swift foi citada em julho em um relatório do Fed, o Banco Central dos Estados Unidos, pelo impacto na economia do país. A unidade do Fed na Filadélfia afirmou que os shows da artista na região aumentaram as receitas da rede hoteleira pela primeira vez desde o início da pandemia de Covid-19.

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Fonte: Mulher