O assunto tomou as redes sociais. No último dia 25/4, o site The Conversation publicou que o sexo oral é atualmente o maior fator de risco para câncer de garganta. Trata-se de um artigo do professor Hisham Mehanna, do Instituto de Câncer e Ciências Genômicas da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, que cita também dados como o de que quem teve mais de 6 parceiros de sexo oral durante a vida tem 8,5 vezes mais chances de ter câncer de garganta.
O motivo é o papilomavírus humano (HPV na sigla em inglês), na verdade, um grupo de vários vírus que podem causar infecções na pele e nas mucosas. Na boca ou na garganta, pode causar o câncer orofaríngeo. Pode provocar também outros tipos de cânceres nos sistemas reprodutivos e no ânus, tanto de mulheres quanto de homens. Além disso, é o principal causador do câncer de colo de útero. De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer do colo do útero é o quarto tipo mais comum entre a população feminina e pelo menos 6 mil brasileiras morrem a cada ano em decorrência da doença.
“O HPV é um vírus comum e na maioria das vezes o próprio sistema imunológico o elimina. Mas pode causar infecção persistente e ao longo de anos, de forma silenciosa, criar um tumor”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Clóvis Klock.
Não é à toa que existe vacinação na rede pública brasileira contra quatro tipos desse vírus para meninas e meninos, entre 9 e 14 anos. Esta faixa etária foi escolhida com o objetivo de que a vacina gere proteção imune antes do início da sua vida sexual, justamente para evitar a contaminação pelo sexo.
Em 22 de março deste ano, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou a intenção de tornar nacional a estratégia de testagem em mulheres de 25 a 64 anos com testes moleculares do tipo PCR para procurar detectar o HPV. O objetivo é que com a detecção precoce do HPV se possa fazer um combate mais efetivo e até eliminar o câncer de colo de útero. Na época, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) e a Sociedade Brasileira de Citopatologia (SBC) manifestaram-se em apoio integral à estratégia. O exame é recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
“É importante que as pessoas tomem cuidados como usar camisinha, vacinar as meninas e os meninos de 9 a 14 anos como proteção para alguns tipos de HPV e apoiar a nova estratégia nacional de prevenção de rastreamento do HPV por teste molecular PCR”, diz o médico, acrescentando a importância de as mulheres realizarem o exame Papanicolau uma vez por ano para detecção precoce do câncer de colo de útero.
De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer do colo do útero é o quarto tipo mais comum entre a população feminina e pelo menos 6 mil brasileiras morrem a cada ano em decorrência da doença.
Fonte: Mulher