A taurina nada mais é que um aminoácido, ou seja, pequenos fragmentos de proteínas. Apesar de não fazer parte das proteínas, a taurina está em todas as células do corpo, mas pode ser encontrada em quantidades muito maiores nos tecidos que conduzem eletricidade.
Desta forma, o coração, a retina, os músculos esqueléticos e o cérebro são riquíssimos em taurina, que desempenha um papel fundamental para a saúde e o bom funcionamento desses tecidos. De acordo com o médico Christian Aguiar, especialista em medicina natural e suplementação, essa substância possui diversos benefícios à saúde.
De acordo com o médico, no sistema cardiovascular, além de diminuir a chance de arritmias cardíacas, a taurina é boa para a insuficiência cardíaca, aumentando o déficit sistólico e o déficit cardíaco; é interessante também como anti-inflamatório, além de diminuir o colesterol e a pressão arterial; ajuda na performance aeróbica; melhora a acuidade visual e protege contra a degeneração macular; ajuda também o quadro clínico de diabéticos, melhorando o fluxo sanguíneo dos mesmos e ajudando a regular a glicemia, além de reduzir a resistência à insulina; tem ação anti-inflamatória; forma os ácidos biliares que ajudam na absorção da gordura e na excreção do colesterol; pode ajudar também com a ansiedade e com a prevenção de processos neurodegenerativos, como Alzheimer e Parkinson.
Ainda segundo o especialista, são raríssimos os efeitos colaterais do aminoácido e é super seguro para o consumo. Na alimentação, a taurina não é encontrada em vegetais e leguminosas. Já as carnes são ricas em taurina, principalmente as mais escuras. A substância também pode ser encontrada em aves, mas a principal fonte de taurina são os peixes e frutos do mar. Por outro lado, embora os ovos e o fígado também sejam superalimentos, diferente do que muitos pensam, não são tão ricos no aminoácido por não conduzem tanta eletricidade.
Taurina x longevidade
Assim como a creatina, a taurina puxa água para dentro das células, hidratando as mesmas e aumentando seu volume. Além disso, ela melhora a eficiência das mitocôndrias, que são as centrais de energia das células. Ela também funciona como um antioxidante, estabilizando eletricamente a membrana das células, prevenindo contra câimbras, arritmias cardíacas e convulsões. Outro importante fator a ser destacado é que a taurina ativa levemente os receptores do GABA, diminuindo um pouco a ansiedade.
Segundo Christian Aguiar, à medida que envelhecemos, os níveis de taurina na circulação sanguínea diminuem. “Para você ter uma ideia, o idoso humano tem 80% menos taurina no sangue que uma criança, ou seja, níveis baixos de taurina são marcadores de envelhecimento”, explica o médico.
Um estudo publicado no ano passado pela revista Science, os resultados indicaram a primeira evidência experimental robusta do impacto positivo da taurina na longevidade. O experimento realizado pela Universidade Columbia, foi realizado com três tipos de cobaias: vermes, camundongos e macacos.
No processo, a suplementação de taurina reverteu processos metabólicos ligados ao envelhecimento, ampliando a expectativa de vida em vermes (10%-23%) e camundongos (10%-13%). Embora sem testes clínicos em humanos, análises indicaram correlação entre taurina e melhores indicadores de saúde ao longo do envelhecimento. Além disso, eles observaram que a reposição de taurina em cobaias promoveu um envelhecimento mais saudável e prolongado.
No experimento realizado pela Universidade Columbia com os camundongos, eles separaram os animais em dois grupos. Para metade eles deram taurina, para outra metade eles deram uma substância inativa. Os camundongos que tomaram a taurina viveram 10 a 12% mais. Segundo o médico, isso seria o equivalente a 8 anos de idoso humano, com 80% menos taurina no sangue que uma criança. Depois dos camundongos, eles repetiram a experiência em leveduras, em vermes e em macaco. O resultado em todas as espécies foi o mesmo: a taurina aumentou a longevidade.
Ainda de acordo com o parecer do especialista, depois eles pegaram humanos e submeteram a exercícios físicos, e mostraram que o exercício aumenta os níveis sanguíneos de taurina. Isso faz parecer que uma ótima estratégia anti-age é combinar taurina com exercício aeróbico.
“Além de mostrar que baixos níveis de taurina na circulação sanguínea são marcadores de envelhecimento, enquanto níveis altos são marcadores de juventude e longevidade, outro achado do estudo foi que exercício físico aumenta o nível sanguíneo de taurina em seres humanos. O que me faz acreditar que a suplementação de taurina, junto com exercícios físicos, é fundamental para o aumento da longevidade”, reforça o especialista.
Segundo a orientação médica, é indicado que se tome entre 500mg e 3.000mg ao dia. Para Christian Aguiar, a hora que você toma a taurina não faz tanta diferença, mas o médico indica que se tome junto com jantar. Caso a pessoa for praticar algum treino intenso, é recomendo ingerir a taurina no pré-treino. Nesse caso, o ideal é tomar a taurina cerca de 90 minutos antes do treino intenso, isso porque a substância leva um tempo para ser absorvida e incorporada ao músculo e outros tecidos.
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Fonte: Mulher