Segundo informação divulgada pela Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos Públicos (ANPAC) mais de 215 mil vagas serão abertas em 2015 para concursos públicos nas esferas municipal, estadual, distrital e federal, em órgãos do Poder Judiciário, Executivo, Legislativo, além de bancos públicos e autarquias.

Aposto que a maioria esmagadora sequer sonhava com a existência de uma associação que, dentre os seus objetivos, visa coordenar e divulgar projetos de interesse dos concursos públicos e privados em todo o território nacional, podendo firmar convênios e promover publicações, bem como defender maior moralidade, transparência e ampla acessibilidade nos concursos públicos e privados. Pois é, maiores informações podem ser obtidas no site www.anpac.org.br.

Uma dessas tão sonhadas vagas garantirá ao candidato aprovado um salário que pode chegar a R$ 300.000,00 por mês, isso mesmo, R$ 300.000,00 reais por mês, ou se preferir, R$ 3.900.000,00 por ano. A carreira em questão é a de Praticante de Prático, ou aquele profissional que conduz os navios mercantes durante a sua navegação em águas restritas nas entradas e saídas dos portos, além de orientar nas manobras de atracação e desatracação.

Por outro lado, o resultado das transações correntes fechou o ano passado com déficit de US$ 90,948 bilhões, conforme divulgou na sexta-feira (23/01) o Banco Central, ou seja, as contas externas do Brasil têm o maior rombo desde 1947. Não bastasse tal notícia, no mesmo dia foi noticiado que o Brasil fechou 2014 com a menor geração de empregos formais desde 2002, quando teve início a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Continuando a série de notícias apocalípticas e sob pressão para cumprir a meta fiscal deste ano, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já determinou à sua equipe fechar as “torneiras” da liberação de novos empréstimos e da autorização para aumentar o endividamento de Estados e municípios.

Conforme publicado na versão digital do jornal “O Estado de São Paulo”, “o desafio da equipe de Joaquim Levy ficou maior este ano porque, caso Estados e municípios não atinjam a meta estimada de poupar R$ 11 bilhões para cumprir o superávit primário, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) determina a compensação da diferença pelo governo federal. Ou seja, Levy teria de fazer um superávit ainda maior do que os R$ 55,3 bilhões previstos” (Sex, 23/01/2015 às 07:23 – Levy manda Estados ‘fecharem torneiras’ – www.estadao.com.br).

A imprensa especializada em concursos públicos já avisou no final de 2014 – o bolso dos concurseiros está falando mais alto. Diante da grande debandada de estudantes das salas de aula — em algumas turmas, a evasão chega a 60% —, os cursinhos preparatórios para concursos públicos estão sendo obrigados a reduzir o valor das mensalidades para 2015. Em matéria jornalísticas recentemente veiculada, Ernani Pimentel, dono do Grupo Vestcon, admite que não há escapatória: “É mudar para sobreviver. Estamos sendo vítimas da crise econômica. A sensação que temos é a de que o dinheiro parou de circular em todos os segmentos empresariais”.

Seguindo essa tendência de recessão econômica galopante, é chegado o momento do concurseiro focar ainda mais nos objetivos, pois bem ou mal, o serviço público tem a vantagem de garantir a estabilidade em época de vacas magras e pasto desértico.

Assim, com a grana curta, restará para muitos como única alternativa estudar em casa. E ai começam os problemas: cama, televisão, internet, barulho, louça para lavar, casa para arrumar, roupar para lavar, filhos, cachorro, papagaio para criar e por ai vai… Pensa-se em tudo, menos em estudar. Logo, quem não tiver disciplinar espartana para estudar em casa está fadado ao fracasso.

Novamente um aviso: não existe fórmula mágica para o êxito em concursos públicos. Os seres humanos em sua essência seres únicos, logo, se tentarem te empurrar alguma receita milagrosa, desconfie e fuja.

A título de sugestão, seguem algumas dicas ao concurseiro que estudará em casa, vamos lá:

Faça o seu horário. Não adianta estudar por quantidade. Estude com qualidade. Procure maximizar todo o seu tempo disponível. Deixe o supérfluo de lado. De minuto em minuto pode-se chegar a horas de estudo.

O ato de estudar é solitário. Procure um cômodo da casa que permita estudar sem interferências externas. Barulho e concentração não combinam.

Leitura de lei seca. Saber a lei é a base. Não adianta partir para a doutrina aprofundada se não existe o conhecimento das leis vigentes. Reserve um tempo do dia para a leitura de leis.

Sinopses. Alguns concurseiros com mais bagagem optam pela leitura de sinopses atualizadas em conjunto com a leitura de lei seca.

Informativos. É obrigatória a leitura semanal dos informativos de jurisprudência do STJ e do STF.  

Resolução de questões. Por incrível que pareça, muitas questões se repetem. Assim, além de ajudar a fixar a matéria estudada, a resolução pode garantir alguns pontos essenciais nas provas.

– Estude de segunda a sábado. O concurseiro que consegue manter uma rotina de estudos de segunda a sexta, deve aproveitar o sábado para revisar o conteúdo estudado durante a semana. Reflita: enquanto você está enrolando, tem um concurseiro estudando.

Descanso semanal. O domingo deve ser de descanso. Lembre-se: você não é uma máquina.

Mantenha uma atividade física regular É importante que o concurseiro separe uma hora do seu dia, de duas a três vezes por semana, para exercícios físicos.

– Fé. Reserve um tempo da sua semana para a prática da sua religião. Não faça como a maioria que somente nos momentos de desespero é que se lembra de Deus.