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A Visita da Velha Senhora

A Visita da Velha Senhora

Ela chegou! E desta vez, não fez alarde, não trouxe o barulho dos rifles, dos canhões, das bombas e tampouco um alvo determinado. Ela veio despida, invisível.

Adornada apenas pela insegurança, o medo e a desconfiança, atacando uma das poucas características que define e iguala a todos da raça humana: o sangue. Permeada, entre outros, por interesses distintos, bizarros e egoístas, ela, com súbita dose de crueldade, fez, faz e, provavelmente, fará a humanidade repensar os seus valores e conceitos.

No entanto, como a sua visita, nem sempre rotineira, se dá de tempos em tempos, poucos refletem sobre a sua ação devastadora; seja no presente ou no futuro. Fato é que, na atualidade, não há outro assunto tão pautado como essa visita.

Sem entrar no mérito das polarizações, resguardado o direito ao contraditório, ela vai ocupando os espaços, físicos e psicológicos, que antes pertenciam ao ser humano. A cada dia, mais incertezas do que certezas.

A visita dessa Velha Senhora, sem cogumelos gigantes, sem campos de concentração, sem diário de criança escrito em esconderijo, sinaliza e indica para a humanidade a necessidade da união para o bem coletivo, sem interesses nefastos e acéfalos.

Antônio Marcos da Costa Lima é formado em Letras pela Unesp, Mestre em Letras pela Uel, especialista em Leitura e Escrita pela PUC e Tecnologia da Educação pela UFSCAR.