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Acusada por morte em Guaimbê insiste em ouvir filha, menor, que viu morte do pai

Acusada por morte em Guaimbê insiste em ouvir filha, menor, que viu morte do pai

A defesa de Alini Guedes, acusada de premeditar e participar em caso de morte com ocultação de cadáver em Guaimbê, apresentou à Justiça em Getulina pedido para que seja feito o depoimento da adolescente E.V.O.C., filha da vítima, testemunha na morte do pai. A justiça negou.

O depoimento já havia sido descartado após laudo técnico do serviço de psicologia de apoio ao Judiciário com parecer contra o depoimento. O Ministério Público concordou. Alini e o executor do crime, Luís Bezerra, insistiram para levar a jovem à Justiça.

“O direito de a criança/adolescente vítima ou testemunha manifestar sua opinião, participar da definição do que irá lhe acontecer e mesmo de permanecer em silêncio decorre de sua condição elementar de sujeito de direitos, não mais sendo admissível que seja aquela tratada como mero instrumento de produção de prova e/ou forçada a falar sobre situações que lhe causam dor/sofrimento”, diz o juiz Luiz Fernando Vian na decisão.

O magistrado destaca ainda que a partir da negativa da adolescente e em busca do melhor interesse da jovem para evitar qualquer espécie de ‘revitimização ou constrangimento’ deve ser acolhido o parecer dos técnicos.

Luis Vian lembrou ainda que a jovem já foi ouvida em depoimento ao Conselho Tutelar e apresentou detalhes sobre a morte

“Ela – que é filha da vítima e de Alini – relatou que estava presente no momento do atropelamento, tendo lhe causado estranheza toda a dinâmica do acidente, já que Luiz teria passado com o carro por diversas vezes sobre o corpo da vítima, contou.

A jovem relatou ainda que após o crime “sua mãe (a representada Alini) teria lhe pedido para ir à casa de Luiz Henrique, local onde ela já estava e que, chegando lá, Alini lhe pediu para ajudar alimpar o carro que estaria sujo de sangue”.

O CASO

Alini é acusada de premeditar e promover com Luíz Henrique a morte de Adriano Silva Barreto, com quem vivia, em crime cometyido na madrugada do dia 5 de março deste ano. Ela e o acusado tinham um relacionamento amoroso, embora ainda morasse na mesma casa da vítima.

Naquela madrugada, saiu para uma caminhada, seguida a alguns metros pela vítima. Luiz atropelou Adriano, manobrou o carro para atingir o corpo outras vezes, desceu e desferiu golpes com pedaço de madeira. Saiu.

Voltou com outro carro, pôs o corpo no porta-malas, foi para sua residência enterrar a vítima no quintal. A jovem testemunhou a morte, outros dois acusados ajudaram na ocultação.