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Acusados de matar menino Bernardo depõem: 'amo meu filho', diz o pai

Na montagem, Bernardo, vítima, e o pai com a madrasta, os denunciados
Na montagem, Bernardo, vítima, e o pai com a madrasta, os denunciados

“Amo até hoje meu filho”. Começou assim o depoimento de Leandro Boldrini, médico, denunciado pela morte do filho, Bernardo, em abril de 2014. O caso e as informações a partir da descoberta do corpo revelaram acusações de maus tratos, abandono e ao final uma morte violenta da criança.

O julgamento ocorre no Rio Grande do Sul, onde a criança vivia com o pai e a madrasta, Graciele Ogulini, após a morte de sua mãe. Leandro negou envolvimento na morte da criança, admitiu estar distante do filho nos últimos meses antes da morte de Bernardo mas disse que a relação entre eles era ‘normal de pai e filho’. 

Leandro é acusado de organizar a morte da criança, orientar a aplicação do remédio em superdosagem. Ele nega. Disse que no dia do desaparecimento almoçou com Bernardo e percebeu ‘uma situação muito afetuosa, muito calorosa’ na relação do filho com a madrasta.

A acusação diz que Bernardo foi atraído por uma promessa de compra de um aquário e que normalmente Bernardo não teria saído com a madrasta. O menino foi morto em uma cidade próxima, quando esperava ganhar o aquário.

A investigação mostrou que o menino sofria abusos psicológicos como ficar sem alimentos, era deixado do lado de fora da casa, mesmo em dias de chuva, proibido de brincar com a meia-irmã e outras situações.

Bernardo foi assassinado aos 11 anos com uma superdose de remédios e enterrado em uma cova vertical próxima a um riacho, depois de o corpo ser coberto com soda cáustica e coberto com um saco.

Além do pai e da madrasta, são acusados Edelvânia Wirganowicz, amiga de Graciele, e Evandro Wirganowicz, irmão de Edelvânia.

Antes dos acusados, a justiça ouviu depoimentos das delegadas responsáveis pelo caso e testemunhas de acusação e defesa. Um dos ouvidos foi um perito contratado pela defesa de Leandro. O depoimento envolveu momentos de debate entre o perito e o promotor responsável pelo caso, Ederson Maia Vieira.

Antes disso, o caso já havia registrado uma discussão entre uma testemunha e um dos advogados de defesa, o que chegou a provocar a suspensão do julgamento.